A
Xiola é uma turma originalmente fundada por nove membros, que
praticamente viviam colados o tempo todo, em festas, aniversarios,
Natal, e quase todos os dias, de uma forma ou de outra, estavam
convivendo.
A
Xiola teve inicio no Colegio Nossa Senhora das Neves, onde sem
excecao, todos os membros estudavam. Todos eram mais velhos do que
Fabio, alguns tres, outros quatro anos e por consequencia, mais
velhos um ou dois anos do que Gustavo Maguinho.
Os
membros originais e fundadores são Vladimir Mancha, Guilherme Vanim,
Josebias Junior, George Boca (“Chefs” ), Alysson Gomes, os gemeos
Eduardo e Teofilo Reboucas, Fabio e Gustavo Maguinho.
Maguinho
havia sido reprovado duas vezes e estudava com Fabio e faziam futebol
de salao juntos tambem. O resto era na sua maioria amigos de serie de
quem vos escreve. Alysson, George Boca e Teofilo inclusive foram da
minha sala.
Ate
entao, a Xiola ainda não existia e nem Fabio treinava Jiu Jitsu. Em
um determinado dia, houve uma confusao no Colegio das Neves, pratica
bem corriqueira naquela epoca em que os meninos faziam coisas de
meninos e brigavam. Um amigo de Fabio entrou em uma confusao e ele
foi defender esse cara e entao a briga passou a ser dele e marcaram o
duelo pro dia seguinte, com hora marcada.
Fabio
chegou pra briga acompanhado dos amigos Gustavo Maguinho, Flavio
Xingu, Marcelo Magao (In Memorian), o Mago Alisson galego, George
Bomba, Arildo, e mais alguns meninos. Quando um amigo do oponente de
Fabio viu que a turma contra era grande, foi chamar o irmao mais
velho pra dar um apoio.
O
amigo do oponente era Geovani, irmao de George Boca, mais conhecido
como Boquinha. George Boca chegou no recinto acompanhado dos outros
sete membros da Xiola, que ainda não sabiam que formariam um turma.
Como Fabio já conhecia Alysson pois estudara comigo desde cedo, os
caras não chegaram pra brigar e sim pra não deixar ninguem entrar
mais, garantir que a briga seria so os dois.
Foi
nesse episodio que Fabio conheceu Zebias, um negão de quase dois
metros de altura, jogador de basquete, e bem mais velho. Quando o
negão chegou perto, Fabio pensou: “ Fudeu, vamos apanhar agora!”.
Mas o negão foi so fazer a guerra, fez um risco no chao de areia e
falou: “Tu que é fabinho é? O cara ali fez um risco no chao igual
a esse e falou que era tua mae e cuspiu em cima!”
Fábio
na hora deu um sorriso de alivio, pois viu que o negão não iria
entrar na briga. Entao ficam esperando, todos do colegio querendo ver
a briga e finalmente o oponente aparece. Ele passa por Fabio e não o
vê ali e Fábio se aproveitando, começa a briga por trás,
agredindo o rapaz sem ele saber que a briga havia começado.
Guilherme
Vanim e Josebias acharam que foi covardia e decidiram parar a briga e
recomeçar, dessa vez de maneira mais justa. Como o cara era do
karatê e Fábio era do Futebol de Salão, cada um deu um chute do
seu esporte.
Fábio
levou um chute na barriga, pois pra esse propósito o chute do Karatê
era mais eficiente do que o do Futebol e caiu na areia, por baixo.
Como tinha assistido ao Grande Dragão Branco, com Jean Claude Van
Damme, há pouco tempo, Fábio enche a mao de areia e joga no rosto
do cara. Como a visao dele foi prejudicada, Fabio comecou a bater no
cara e ele se agarrou na cintura de Fábio. Nesse momento, Maguinho,
Xingu e a turma começaram a bater no cara, quebrando o código que
haviam combinado da briga ser somente entre os dois.
Guilherme
Vanim veio e deu um empurrão em Maguinho e uns gritos nele. O
Magreza ficou com medo, pois Guilherme era mais velho. A confusao
acabou aí e depois Fabio e Maguinho ficaram mais proximos dos outros
sete e começarama andar juntos.
Até
hoje o pessoal da Xiola se reune, mais de vinte anos depois e estao
sempre trocando mensagens, possuem grupo no Whatsapp e quando Fabio
vai ao Brasil, sempre almoçam. Quando começaram a andar juntos, o
grupo ainda não tinha sido batizado e não tinha nome. Numa dessas
bebedeiras, depois de muita pesquisa, inclusive em dicionários,
Maguinho aparece com Xiola. Mas ninguem sabia o que significava
Xiola. Foi entao que Maguinho disse: “Eu sei o que é Xiola, é um
caralho e duas bola!”, assim mesmo, com essa concordancia e tudo,
como “dois pastel e um chops”. Duas reprovações estavam
explicadas!!
7
- A origem da rivalidade
Ainda
em 1995, houve outro campeonato interno na Combate Real, dessa vez
Fábio já sendo faixa azul e tendo mais experiencia em competições.
Repetindo-se o que ocorreu nos campeonatos Estadual e Norte-Nordeste,
Fábio caiu novamente na final contra Ronaldo Furacão. A diferença
aqui é que, como era interno, eles tiveram que lutar.
Ronaldo
Furacão, como já mencionado, era o ídolo de Fábio na academia.
Quando Fábio começou a treinar, Ronaldo já era Faixa Azul. O
resultado foi que Fábio saiu vitorioso dessa luta. Como Ronaldo já
vinha tendo algumas divergências com Rodrigo Wanderley, o mestre da
Combate Real, essa derrota terminou por enfraquecer mais ainda o
ambiente pra ele e o rompimento foi inevitável. Ele saiu da Combate
Real.
Depois
da saída de Ronaldo, a Combate Real acabou rompendo com a Federação
e com outra academia que até então eram bem próximas, haviam sido
criadas quase ao mesmo tempo e sempre estavam tendo um intercâmbio
de treinos entre elas.
O
principal motivo desse rompimento foi que Rodrigo descobriu que havia
um tratamento diferenciado entre as duas academias pelo presidente da
Federação. Como a Combate Real era considerada academia de classe
média alta, a tarifa de inscrição dos campeonatos custava 25 reais
pros alunos da Combate e 10 reais pra essa outra academia, alegando
que a maioria dos alunos de lá não possuía condição financeira
confortável.
Como
não foi perguntado ao pessoal da Combate se concordavam com essa
atitude e apenas essa decisão foi tomada à revelia, somado com
outras questões divergentes, ficou decidido pela saída da Combate
Real da Federação.
Através
de fofocas, o presidente da Federação de então, começou a colocar
as duas academias em choque. Por causa disso, houve um período negro
de aproximadamente uns três anos de muita negatividade. Entre 1996 e
1999, existiu muita rivalidade entre as duas academias, fora dos
tatames, através de muitas brigas nas ruas da cidade. A luta passou
então pro lado pessoal, pro lado ruim, uma vez que as duas academias
não se enfrentavam mais nos tatames, pois não faziam parte da mesma
Federação.
A
primeira prova disso ocorreu quando houve um churrasco no Litoral sul
do Estado, Fábio foi juntamente com Flávio Xingu, Paulo da Praça
(In Memorian), André irmao de Paulo e Michel Alvarenga. Fábio
adormeceu e não foi pra festa no Circo da Folia à noite, porém os
outros conseguiram ir.
Como
já estava rolando muita fofoca, Paulo da Praça veio a se
desentender com um dos instrutores dessa outra academia. Acontece que
todos conheciam Paulo e a fama do seu pai na cidade, de um Capitão
da Polícia Militar bem rigoroso. Devido à essa fama, esse instrutor
não queria brigar com Paulo e apenas o derrubava e dizia não querer
confusão. Paulo se levantava e partia pra cima dele de novo,
repetidas vezes. Nessas quedas, Paulo bateu o rosto no chão algumas
vezes e se machucou bastante.
Ao
chegar em casa, o pai de Paulo não gostou do estado que estava o
rosto dele e quis saber quem tinha feito aquilo. Paulo disse o nome
do instrutor, o pai ficou irado, mas foram dormir. Quando acordou,
Paulo, sabendo que tinha sido ele quem havia procurado confusão e
não o instrutor da outra academia, foi dizer ao pai a verdadeira
história. O pai não quis acreditar, achando que Paulo estava com
medo de que ele fosse fazer algo com o instrutor. Mas depois de muita
insistência, o pai disse que teria que ir pra Natal pra resolver
algo urgente.
Nisso,
manda Fábio e Xingu entrarem no carro pra irem com ele. E vai até
Natal interrogando os dois, gritando, na tentativa de arrancar a
verdade, dizendo que já havia mandado fazer o serviço no instrutor
e que agora tinha que chegar à tempo de evitar uma tragédia.
Conseguiu evitar e no dia seguinte, o instrutor que morava perto da
casa de Fábio, foi lá dizer que não queria confusão com Paulo,
que tinha sido Paulo quem procurou e tal. Não sabia ele que tinha
escapado de ir dessa pra melhor baseado somente no depoimento dos
caras da academia rival.
8
- A primeiro Campeonato Mundial
Chegamos
no ano de 1996, e logo no começo do ano, tivemos o primeiro
campeonato mundial que Fábio participou, ainda de faixa azul, no
Tijuca Tennis Club, no Rio de Janeiro. Fábio e Gustavo Maguinho, que
gostavam muito de competir, resolveram ir pro torneio e ficaram na
casa de uma tia de Maguinho, no bairro do Méier.
O
Rio de Janeiro era a capital mundial do Jiu-Jitsu, tudo praticamente
acontecia por ali, os maiores nomes, os grandes campeões, na sua
maioria, eram de lá. As academias famosas dos Gracies, Carlson
Gracie, Gracie Humaitá, Gracie Barra e tantas outras, fazia do Rio
um paraíso pra quem era envovido nesse esporte. Então se era um
sonho apenas ir no Rio de Janeiro e vivenciar essa cultura, lutar ali
era algo sublime pra Fábio, entao com 17 anos e Maguinho, com 19.
Pouco
antes desse torneio acontecer no Rio, um carioca que já era faixa
azul, foi morar em Natal. Seu nome era Michel Alvarenga, que hoje é
um grande amigo e oficial da Polícia Militar do Rio Grande do Norte,
virou uma espécie de ídolo de Fábio. Como fã número 1, Fábio
queria imitar Michel em tudo, a forma de andar, a forma de se vestir
e até a forma de falar. Fábio começou a falar carioquês!
Assim,
com Michel como inspiração e o mundo das lutas ali, fora a beleza
natural da cidade, Fábio chegou no Rio deslumbrado e bobo e isso
tudo sem falar que era a primeira vez na vida que ele andava de
avião. Ficaram lá ainda uma semana curtindo a Cidade Maravilhosa,
mas ambos perderam na primeira luta. Gustavo Maguinho perdeu pra
Adriano Nasal, que depois virou Brazilian Top Team também e um
grande amigo. Inclusive hoje Nasal tem a BTT em Orange County, na
California.
Fábio
perdeu pra Rodrigo Cumprido, por uma queda. Única pontuação da
luta. Cumprido foi campeão mundial daquele ano e depois sagrou-se
campeão duas vezes absoluto na faixa preta, um ídolo mundial e
Fábio teve a sorte ou azar de pegá-lo pra primeira luta. Mas foi
uma experiencia fantástica e ficaram lá tres dias vendo o evento,
tiraram fotos com todos os grandes nomes e ídolos que só viam nas
revistas e nas fitas VHS.
Alguns
nomes desse evento que tiraram fotos com eles foram Murilo
Bustamante, Ricardo Libório, Carlão Barreto e Amaury Bitetti,
pessoas essas que viraram amigos de Fábio uns anos depois, pois
conviveram com ele primeiro na Carlson Gracie e depois na Brazilian
Top Team e continuaram a amizade até hoje.
Falando
nas fitas VHS, tinham duas lutas famosas do mundo do Jiu-Jitsu que o
pessoal da Combate Real assistiam pelo menos uma vez por semana após
o treino. Uma delas era a de Marcus Aurélio x Guilherme, em
Fortaleza. Uma luta histórica. Naquela época, quando dois atletas
tinham desavenças, faziam um vale-tudo à portas fechadas e algumas
vezes eram filmadas. Foi uma luta de mais de 50 minutos de vale-tudo,
porrada, sem luvas. Marcus Aurélio tambem ficou amigo, até hoje.
E
a outra luta famosa no VHS foi no Rio de Janeiro, tambem uma
desavença entre Ryan Gracie e Tico, que era de Carlson Gracie.
Fizeram uma luta numa casa. Tambem bastante duradoura e no mesmo
esquema, sem luvas, valendo tudo. Esses dois VHS foram muito
motivadores na carreira de Fábio e de outros amigos da Combate Real.
9
- A primeira grande derrota da Combate Real
O
ano de 1996 trouxe uma derrota imensurável pra Academia Combate
Real, que foi a perda de Diogo, que era conhecido por todos como
Diogo “Urêia”. Diogo era um cara da academia, faixa amarela, que
gostava muito de competir, estava sempre viajando com a equipe e
querido por todos.
Diogo,
em uma brincadeira com arma de fogo na sua residência, com seu irmão
mais velho, acabou se acidentando e vindo a falecer com um ferimento
na cabeça. Na época do seu falecimento, ele era namorado de
Fernanda, que vem a ser a irmã de Fábio. A tristeza tomou conta de
todos na Academia e amigos em geral, família e o enterro foi algo
inesquecível.
Diogo
tinha apenas 15 anos de idade, mas a turma tambem era muito nova e
aquele funeral foi algo que marcou todos. Diogo foi enterrado de
kimono, com a faixa amarela amarrada na cintura e com a bandeira da
Combate Real no peito.
Uma
outra coincidência, era que Diogo estudava com Juliana, que viria a
ser a esposa de Fábio e Fábio ainda não a conhecia na época. Ela
estava no enterro tambem e eles não se conheciam na ocasião. A
missa de sétimo dia foi outra coisa marcante, cerca de trezentos
alunos da academia e amigos, todos vestidos de kimono.
Durante
a missa, outro amigo da Academia, Paulo da Praça, recebeu um
telefone, que dizia que o pai dele, o Major Jorge, havia sido
assassinado em uma praia do litoral sul. Fábio saiu com Paulo direto
pro IML e chegando lá, já estavam colocando a farda no pai de
Paulo. Ele havia sido assassinado com um tiro na cabeça. Uma semana
terrível, onde duas pessoas próximas, foram mortas com tiro na
cabeça.
Diziam
na academia que Diogo era irmão mais novo de Fábio pela
similaridade entre as orelhas. Um era Diogo “Urêia”, e o outro
Fábio “Urêia”. Um epísódio que Fábio sempre lembra quando
falam em Diogo foi o dia em que ele chegou na academia e Diogo estava
cochichando com Rodrigo, o mestre.
Diogo
entao falou pra Rodrigo perturbar Fábio, aperreando, dizendo que ele
tava namorando com a irmã dele. Rodrigo, como gozador que era, já
foi logo aloprando e falou: “Taí Fabinho, Diogo aqui tá dizendo
que tá comendo sua irmã, que porra é essa?”. Diogo ficou branco,
aperreado, dizendo: “Não mestre, eu não falei isso não, não
Fabinho…”. Esse foi o jeito que Fábio guardou a imagem de Diogo,
subindo a academia e Rodrigo tirando essa onda com ele.
Outro
episódio memorável pra Fábio se passou numa festa de 15 anos de
Fernanda, irmã de Fábio. Estavam todos sentados à mesa, pais,
avós, tios e Diogo chega com um rapaz do lado, bem educado e dá boa
noite à todos. Esse cara que acompanhava Diogo estava falando mal de
Fernanda. Ninguém na mesa sabia o que estava acontecendo, e ficaram
todos em silêncio olhando pra eles. Então Diogo começou: “Fabinho,
foi esse cara que estava falando mal da sua irmã. Posso enfiar a mão
na cara dele agora? Se quiser, eu enfio a porrada nele agora!”.
Todos
olhando na mesa e Diogo continuou: “Pede desculpas agora!”, o
menino falou que não havia falado nada e Diogo questionou: “Está
me chamando de mentiroso, rapaz? Pede desculpas agora!”. Então o
rapaz pediu desculpas e garantiu que não iria falar mais nada.
Diogo
então se vira pra Fábio e pergunta: “E aí Fabinho, aceitou as
desculpas? Acha que dá pra aliviar?” Fábio responde que sim, que
já que o garoto havia pedido desculpas, deixasse pra lá, estava
resolvido. E Diogo insistiu: “Entao não precisa dar porrada nesse
safado não, ne?”, Fábio reafirmou que não precisava mesmo e
Diogo então finalizou: “Então tá bom, desculpa aí pessoal, boa
noite à todos, vou levar esse safado pra fora da festa”. Esse era
o Diogo!!!
10
– O fim da guerra fria
O
início dos confrontos entre as academias se deu por acaso no Vila
Folia. Por acaso por assim dizer, mas o começo se daria uma hora ou
outra. Fábio estava na festa com Maguinho e Nandola e o mesmo
instrutor da outra academia que teve o problema com Paulo da Praça,
no episódio já narrado aqui anteriormente, no litoral sul, também
estava nessa festa.
Esse
instrutor morava perto da casa de Fábio e sempre se falavam, mas
depois com as fofocas e intrigas, eles pararam de se falar. Quando
Fábio ia falar com ele e outros da academia dele nos lugares, eles
viravam a cara e daí começou um outro tipo de relacionamento.
Ocorreu
que um amigo de Fábio, que nada tinha a ver com Jiu-Jitsu, estava
indo embora dessa festa com a namorada e este instrutor da academia
rival, juntamente com mais três companheiros, agrediram o rapaz
covardemente, sem razão alguma. Até o dia de hoje esse motivo é
desconhecido.
O
rapaz então voltou pra festa e foi procurar os amigos, com medo e
raiva do que tinha acontecido. Por acaso, Fábio, Maguinho e Nandola
viram a movimentação desse amigo com a turma dele e ficaram sabendo
do ocorrido. A turma queria vingança, mas o trio entendeu que a
briga não era deles e não quiseram se meter inicialmente.
Nesse
interim, os quatro membros da outra academia que haviam agredido o
rapaz, apareceram. A turma do rapaz agredido constava de quase 20
amigos revoltados. Essa turma começou a questionar os quatro,
procurando motivo e xingando-os. Fábio, Maguinho e Nandola só
assistindo à cena.
Em
um dado momento, o instrutor da academia rival que tinha causado toda
a confusão, olha pra Fábio e diz: “É você, vou te pegar!!!”,
Fábio questionou, sem entender : “Eu???”, e ele confirmou. A
turma do rapaz agredido gostou da ideia e incentivaram um combate
somente entre Fábio e o instrutor. Abriram a roda somente com os
dois no meio, Fábio tirou a camisa, botou base e disse “Vamos, eu
e você!!!”
O
instrutor começou a recuar, andando pra trás e Fábio indo pra cima
e questionando porque ele tava recuando, e chamando pro combate e
nisso Maguinho e Nandola pegaram Fábio e disseram que não tinha
porque brigar ali, que não era certo e foram embora.
Nesse
momento, quando a turma do rapaz que apanhou percebeu a oportunidade
baseado no recuo dele, foram pra cima e baixaram o pau nos quatro,
afinal tinham uma superioridade numérica avassaladora. Conseguiram
ali a vingança deles.
O
desenrolar disso foi que o pessoal dessa academia rival que apanhou
da turma foi atrás de um por um que deu neles e novamente se
vingaram. No caso de Fábio, o professor de lá ficou ligando pra
Rodrigo Wanderley, o professor da Combate Real, para marcar uma luta
à portas fechadas, na academia. Antigamente as desavenças se
resolviam assim. Era o vale-tudo da época. Os combatentes saíam na
porrada e depois estava tudo certo, apertavam as mãos e íam um pra
cada lado.
Acontece
que Fábio nessa época ainda era menor de idade, tinha apenas 17
anos e só viria a completar 18 em setembro de 1996. O instrutor da
academia rival já era maior de idade e ficaram nesse impasse e esse
combate não pôde acontecer nesses moldes. Porém, tudo era uma
questão de tempo, afinal tudo o que é para acontecer, acaba
acontecendo!!