Na virada do milénio, chegava ao poder na Rússia um homem sem credenciais como democrata. Vladimir Putin era um homem saído dos porões da KGB e que até pouco tempo antes disso, pouca gente tinha ouvido falar. Quem escolheu o novo presidente da Rússia foi Boris Ieltsin, que tinha sido o presidente desde o fim do comunismo em 1991. Ieltsin renunciou e deixou o seu pupilo no seu lugar.
Putin tinha 47 anos de idade e recebia nas mãos uma verdadeira “promoção”. A economia ia de ladeira abaixo, havia uma guerra selvagem numa província rebelde, a corrupção corroía o aparelho estatal e as extravagancias dos novos ricos eram um despautério onde os aposentados catavam restos de comidas no lixo e onde a expectativa de vida da população estava em queda.
Como Ieltsin indicou Putin como sucessor, a população aceitou de bom grado e votou pesadamente nele quando chegaram as eleições. Putin era uma mão forte que colocava o país no caminho de ordem novamente. Além disso, a sua ofensiva bélica implacável contra os separatistas de Chechénia fez Putin ter os votos da maioria dos russos.
A Rússia é o maior país do planeta, com 11 fusos horários e compreende do leste da Europa, passando pelo norte da Ásia e terminando no oceano pacífico. Tinha exército de massa, aviões caças de última geração, submarinos nucleares e cientistas de primeira linha. Alem de imenso territorialmente, possuía etnias diferentes que falavam mais de 100 línguas e dialetos diferentes.
Apesar de estar bagunçada, a Rússia era dona do segundo maior arsenal nuclear do planeta e dispunha de recursos naturais incomparáveis e um capital humano com alta qualificação. Porem, desde o final da URSS em 1991, o PIB era praticamente a metade.
O desemprego era de 12% e mais de um terço da população vivia abaixo da linha de pobreza. Criminalidade estava em ascensão, desde gangs de jovens ate mafiosos de grande porte. A corrupção tomava conta da administração pública.
O que se via na Rússia era uma nação onde ninguém pagava impostos, ninguém respeitava uma fila, os balconistas não se sentiam na obrigação de atender os fregueses e todos eram corruptos. O ícone dessa gente era Boris Berezovsky, um megaempresário que, na sombra, controlava a política, a economia e a vida dos russos. Berezovsky era o patrono de Ieltsin. Foi ele, também, que abençoou a indicação de Putin à presidência.
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