Desde
criança escuto a frase maravilhosa que diz que o Brasil é o país
do futuro. Eu carregava o peito cheio de esperança. Aos 14 anos, em
1989, a Legião Urbana lançou seu maravilhoso disco chamado As
quatro estações e nele tinha uma música chamada 1965 (duas
tribos), onde Renato Russo cantava novamente que “O Brasil é o
país do futuro!!!”.
Mas que
tremendo desapontamento. O Brasil não é o país do futuro e nem
será pelos próximos 100 anos. Apesar de termos um potencial enorme,
o nosso desempenho sempre tem sido abaixo do medíocre. É uma
vergonha, pois o Brasil não tem o direito de ter tanta pobreza. O
Brasil é um país naturalmente rico mas com uma vocação incrível
pra pobreza. Japão e Suíça, por exemplo, são países naturalmente
pobres, mas com uma vocação incrível pra riqueza.
Japão e
Suíça são provas reais de que a riqueza de um país não está nos
seus recursos naturais e sim em tecnologia e educação. Riquezas
naturais são cadáveres geológicos que não significam futuro
longo. E os esquerdopatas estatistas dos infernos ainda brigam por
Petrobras, pré-sal e bobagens afins.
O Brasil
apesar de ter tido a oportunidade, nunca foi uma potência mundial.
No estouro de Juscelino nos anos 50 e de 1968 até a crise do
petróleo, nós tivemos uma possibilidade de sermos grandes. Mas
deixamos passar.
Os
historiadores apontam três fatos que nos mantém na obscuridade
econômica, sempre atrasados algumas décadas em relação aos países
que estão na ponta. Primeiro, desde o século 19, o Brasil possui
alta taxa de analfabetismo. Segundo, demoramos demais pra abolir os
escravos e terceiro, sempre tivemos uma economia patrimonialista.
Em 1850,
apenas 1% do Brasil era alfabetizada. Em outras palavras, 99% da
população brasileira não sabia ler. Falamos apenas de 166 anos
atrás. No mesmo ano, os Estados Unidos tinham 22% da população
alfabetizada.
Com a
relação à demora em abolir os escravos, isso afetou de maneira
brutal o país. Enquanto na Europa, o feudalismo se desintegrou nos
séculos 17 e 18, no Brasil a escravidão só foi abolida em 1888. E
a escravidão gerou dois atrasos malignos: diminuiu o interesse em
procurar alternativas tecnológicas para redução de custo de mão
de obra, uma vez que eram de graça uma vez adquiridas e retardou o
crescimento do mercado interno, pois os trabalhadores não tinham
dinheiro pra gastar. Praticamente não existiam consumidores e sem
consumidores, não há mercado.
A terceira
mancha é a cultura patrimonialista que sempre tivemos. Sempre
existiu no Brasil uma linha muito fina entre propriedade pública e
propriedade privada. Sempre tivemos uma enorme capacidade
apropriativa do estado através de desapropriações e confiscos.
Sempre tivemos monopólios estatais e grandes corporações
privilegiadas pelo governo e tudo isso retardou o florescimento de um
capitalismo competitivo.
Mas,
deixemos de lado o período imperial por um tempo e falemos de hoje.
O Brasil até hoje não entendeu ainda dois elementos básicos do
capitalismo: a soberania do consumidor e o respeito ao contribuinte!
Além disso, estamos longe de resolver os nosso problemas de educação
fundamental e gastamos cascatas de dinheiro com o elitismo da
educação de nível superior!!
Eu tive a
sorte de habitar por 16 anos no Canadá e me assustei como aqui ainda
são tratados os consumidores. Da mesma forma, como são desprezados
os pagadores de impostos. Não há retorno algum sobre o que pagamos.
Enquanto não corrigirmos essas coisas, em vez de estarmos invadindo
escolas e falando sobre coisas que ninguém no mundo mais fala,
estaremos fadados à mediocridade em loop, e jamais seremos
país de futuro nenhum, a não ser que seja o futuro de Mad Max!!!
Fabiano
Holanda, João Pessoa, 04 de novembro de 2016.
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