terça-feira, março 12, 2013

Mesma essência

Na entrevista da semana seguinte, ou seja, a entrevista número 2 de Veja, junho de 1969, eles trouxeram um dos piores tiranos da história da humanidade. Estou falando de François Duvalier, que ficou mais conhecido pra eternidade como Papa Doc.

Papa Doc era o ditador que governou o Haiti com mão de ferro por muitos anos. O Haiti tinha renda per capita de 70 dólares e 90% da sua população era formada de analfabetos. Quando esta peça boa chegou ao poder, os fuzilamentos, as torturas e a corrupção eram práticas institucionalizadas.  

Papa Doc, a exemplo de Fidel, Lula, Chavez e outros canalhas, possuem um dom incrível de mentir sem deixar passar sequer a impressão de que estão mentindo. Fatos fabricados ou distorcidos são o que alimenta o vapor da máquina, lógico, mas é necessário um talento pessoal pra ser o maquinista. De mentir sem rir, de passar num detector de mentiras sem suar, de enfiar a faca e dizer que não sabia que estava fazendo isso.

Papa Doc se vangloriava que era presidente do primeiro país de negros independentes, que tinham independência desde 1804, num papo de enganar criança, pra dar um certo sentido nacionalista ao povo que só levava fumo. Dizia que essa imagem ruim dele era forjada pelos Estados Unidos, pois ele fora macho o suficiente pra expulsar o embaixador americano, mesmo tendo uma frota de navios americanos estacionada na costa haitiana.

Bravatas desse tipo, costumamos escutar da boca de todos os outros seres já citados nesse texto. Ah, Sadam Hussein também vivia fazendo bravata. Kadafi também…

No caso de Papa Doc, o objeto de hipnotização pra idiotizar a população era que o mundo tinha raiva dos negros. Que os negros não podiam ser livres. Que os negros não podiam isso, os negros não podiam aquilo, e ele, Papa Doc, estava ali pra ajudar aos negros contra os opressores. Os inimigos reais e as forças ocultas. E haja inimigos, criados pela fábrica de ilusões.

Não é isso que a turminha canhota faz hoje em dia? Somente tem de diferente é que o objeto de hipnotização de hoje são os pobres. Os pobres estão fudidos, os pobres estão lascados, nós estamos aqui pra olhar pelo pobre, o pobre precisa de nós, afinal, somente nós é que nos preocupamos com os pobres e bla bla bla…

E fazem o teatro de bradar que lutam contra a velha aristocracia. Aristocracia esta que não está satisfeita em não estar mais no poder e vivem tentando derrubá-los, logo eles, os heróis do povo, os bons, os que acham que dinheiro é coisa de gente pequena, de burgues. Aí numa clara tentativa de dar pirulito pra criança se acalmar, dizem que o povo agora aprendeu a votar (porque votaram neles, óbvio, os heróis do povo). Sim, o voto hoje em dia tem qualidade, é consciente, bradam.

Consciente é a tonga da mironga do kabuletê. Queria ver uma reunião dessa corja à portas fechadas. Devem rir demais. Devem ficar rindo da cara dos patetas que são fanáticos, com suas boinas de Che.

É Isso, a história se repete e quem quiser virar vidente, não precisa mentir e nem querer adivinhar, basta ler o que já aconteceu, que nada irá mudar, somente os personagens. Os canalhas sempre estarão nesse filme, pode ter certeza, assim como sua contrapartida, os otários.  

E viva Papa Doc, viva Chavez, viva Lula, Viva Fidel, Che e Zumbi e todos os canalhas que acham uns patos pra fornecerem o necessário para a conclusão dos seus projetos de enriquecimento pessoal e de uns poucos escolhidos.

quinta-feira, março 07, 2013

O reacionário

Tive o prazer de ler uma entrevista de Nelson Rodrigues à revista Veja de 4 de junho de 1969. Esta foi a primeira entrevista que a revista fez e que mantem essa tradição até hoje, depois se tornando as páginas amarelas. O impressionante é a atualidade do conteúdo, apesar de ter quase 45 anos de idade.

O repórter pergunta ao grande escritor se ele era um reacionário. Ele responde, em outras palavras, que era um reacionário com todo o prazer, em vista que os que se diziam libertários eram “uma beleza”. Os libertários para os intelectuais e artistas brasileiros eram os soviéticos, por exemplo, onde de uma vez só Stalin matou 12 milhões de camponeses, os confinando a uma fome planejada.

Libertário era o socialismo, onde a experiencia tinha ceifado a vida de 100 milhões de pessoas no total. Assim sendo, Nelson Rodrigues disse que não era somente reacionário, era também o passado, a Idade Média. O futuro, que essa gente dizia que representavam, não significava nada pra ele.

O mesmo ocorreu na última década e ainda ocorre hoje. Se você não está alinhado com os bandidos que estão no poder no Brasil hoje em dia, você é considerado um ser antiquado, uma anta, um alienado, um ser pré-histórico, que torce contra o país. O bom é Cuba, o “cool” é chorar pela morte de Hugo Chavez, o legal é ir para as ruas protestar contra uma blogueira cubana. O antiquado é ser contra tudo isso. Assim, eu também sou um verdadeiro homem de Neandertal.  

Maravilhosamente, no decorrer da entrevista, ele diz que é anticomunista, pois para o comunista, o que chamamos de DIGNIDADE, trata-se apenas de um preceito burguês. Para o comunista, o pequeno burguês é um idiota absoluto justamente porque tem ESCRÚPULOS.

Ora, vejam só, não é esse o quadro que temos hoje em dia?  Com toda a rede de corrupção no país, já provada e comprovada, os militantes e simpatizantes do Partido dos Trabalhadores e aliados não se fazem de rogados em ignorar isso, como se estivessem acima do bem e do mal? Eles dizem praticamente que não devemos nos preocupar com esse simples detalhe, que a corrupção é necessária pra um plano maior, que só eles sabem e conhecem. Ou então que o mensalão é invenção da oposição…

Ou seja, em outras palavras, querem dizer que a honestidade é coisa de otário, de burguês. Que o “sabido” mesmo tem que estar junto com eles. Que falar que Fidel e Che Guevara são os caras pra uma blogueira cubana que conhece a podridão do sistema cubano por dentro é que é o legal. Que Fidel ser um ditador canalha, um assassino de milhares de cubanos, um tirano, não tem nada demais. Que se Fidel faz parte da turma deles, entao ninguém fala dele. Ama tanto e de tanto amar acha que ele é bonito?  

Continuando a entrevista, Nelson diz que os jovens que fizeram aquela bagunça na França em 1968 eram umas bestas. Era uma juventude que escrevia nas paredes o slogan “É proibido proibir”, e ao mesmo tempo carregavam cartazes com nomes como “Lenin”, “Mao”, “Guevara”, e “Fidel”, indivíduos autores das proibições mais cruéis.

Caramba, os mesmos jovens, que carregam hoje em dia bandeiras escritas “Democracia” e “Liberdade”, são os mesmos que louvam e se masturbam pra Fidel Castro, que não é retrato nem de democracia e muito menos de liberdade na ilha que controlava até pouco tempo atras e que deu de presente pro seu irmão. Incrível não?

São os mesmos jovens que chamam Hugo Chavez de libertário, democrata e benfeitor. O mesmo Chavez que controla imprensa escrita, televisão e radio, que estatizou o país do jeito que quis e que manipulou eleições a vida inteira e defeca pra constituição do seu país. Juízes lá trabalham pra ele, não pra justiça. Mas é um grande homem pra essa juventude. E nesse caso aqui, pra os velhos também.

A história se repete. Só não se repete em uma coisa, naquela época, teve um grupo de homens que tomou o poder pra organizar a casa, botar moral e escovar uns fatos. Hoje em dia todo mundo assiste impávido, e a única atitude que tomam é contratar seguranças, comprar carros blindados, e se fechar nos bunkers dos seus apartamentos (pois casa só se for em condomínio fechado), uma vez que os bandidos tomaram conta do Brasil, com a conivência dessa corja que está no poder, com suas canalhices, suas alianças com narcotraficantes latino-americanos e seus direitos humanos.

Quem vai salvar o Brasil? Tomara que um grupo de homens reacionários, antiquados, burros e honestos, que gostem de ordem, que achem que dignidade e escrúpulo não são coisas de burgueses, mas sim qualidades inerentes à todo e qualquer ser humano, independente com quem ele se deite, do pé que ele chuta ou do Deus que venere. 

E rápido, pois os modernos, inteligentes e engajados elementos, enquanto não depredarem o país inteiro, não irão sossegar. E então partirão pra viver nos Estados Unidos, pois em Cuba, nem pensar. Ah, meninos...