domingo, agosto 28, 2011

Manter a forma sem se deformar

Ninguém precisa sentir dor para se beneficiar dos exercícios físicos. Se você sente dor no dia seguinte, está fazendo algo errado. Só ganha saúde com esportes quem não sofre. O sujeito consegue melhorar a qualidade de vida e diminuir a incidência de doenças apenas mantendo uma atividade física regular, bem dosada e não atlética.

A pessoa que ganha mais em termos de saúde é aquela que gasta 2200 calorias por semana em atividades extras. O dia-a-dia normal consome cerca de 2000 calorias diárias de um adulto. Dividindo as 2200 que devem ser gastas em atividades físicas extras por 7 dias da semana, o sujeito precisa gastar apenas cerca de 300 calorias extras por dia, o que não é quase nada. Representa uma caminhada de 30 ou 40 minutos.

O que vale é o total geral da semana. A pessoa pode dividir a caminhada em 15 minutos de manhã e 15 minutos a tarde e o ganho será o mesmo. É fábula a historia de que se não for 30 minutos seguidos, o exercício não vale nada ou que é maléfico o sujeito ficar 2 dias parado.

Os melhores exercícios são caminhar, nadar e pedalar. Correr só é recomendável pra quem já tem um bom condicionamento. Mas o melhor esporte é o que dá prazer a pessoa, pois deixa de ser um sacrifício e passa a ser um hábito e quando deixam de fazer, sentem falta. No fim, tudo é uma questão de estilo de vida. Se o esporte está associado com ele, deu certo.

terça-feira, agosto 23, 2011

Verde da cor do dinheiro

Por todos os lados que ando hoje em dia, tenho o desprazer de encontrar os ambientalistas engajados. E não somente os que vivem disso, mas também os que não vivem dessa industria, mas que querem parecer bonito nas vistas dos interlocutores, tipo aquele cidadão que vai ao teatro e diz que gostou de uma determinada peça, sem nem ter entendido o que o autor quis dizer com ela.

No Brasil por exemplo, todos pensam que os maiores problemas ambientais que temos estão relacionados com a floresta Amazônica ou com devastações florestais em geral. Nada mais enganoso, o maior problema ambiental do Brasil é a poluição urbana. Mas quem fala disso? A situação mais grave está nas praias sujas, na falta de saneamento e na poluição do ar.

E isso acontece muito porque quem dita as preocupações da vez são instituições internacionais. E é interessante pra elas falarem de poluição urbana? Não, não atrai dinheiro. Mas colocou o nome Amazônia no meio, por exemplo, ai chove dinheiro dos doadores e patrocinadores.

Grande parte dos recursos que mantém as ONGs no Brasil vem do exterior e junto com o dinheiro, vem também o que devemos combater. Até os políticos ditos de esquerda, que são evidentemente ligados à questão do meio ambiente (pois os esquerdas só fazem o que é certo e como o que é certo é cuidar do Meio-Ambiente, eles estão no centro da chafurdo), só agem de acordo com a agenda deles.

Uma história é interessante e ilustrativa. No final dos anos 1990, o Ibama embargou a construção da BR-364, que ligaria o Acre à Bolívia. Acontece que segundo alguns, essa obra estava danificando o Meio-Ambiente. A bancada se rebelou e só quem deu apoio ao Ibama foi a senadora Marina da Silva, que na época ainda era dos quadros do PT.

Poucos dias depois, a Marina, tão celebrada, veio à público dizer que o Ibama estava mancomunado com políticos contrários ao desenvolvimento do Acre, por isso estava embargando a obra. Ora, ora, ora, logo a Marina, a defensora do meio ambiente? Ele preferiu fazer vista grossa com essa questão ambiental pois estava batendo de frente com a opinião dos acreanos e dando chucrute com a questão eleitoral e os votos dela estavam fugindo. Porque não fechar os olhos pra isso, hein, Marina? Afinal, é só uma estrada.

Em resumo, se uma causa despertar voto ou patrocínio, entramos nela. Caso contrário, pode-se acabar não só com o pulmão do mundo, mas também com os rins, o fígado, o coração e tudo o mais que estiver vivo. E dá-lhe mico-leão!!!

quarta-feira, agosto 17, 2011

Mito do professor pobrezinho

Como sempre, ou eu chego muito atrasado ou bem na frente com relacao ao momento certo pra estar em um certo espaço na terra. Analisando pela lei das probabilidades, as chances de se estar na hora certa e no lugar certo são mesmo muito pequenas.

Ocorreu que entre 1991 e 1994, quando fiz meu segundo na Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte, eu passei por greves de professores em todos os anos. Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde fiz minha graduação entre 1996 e 2000, peguei mais umas duas ou três greves. E sempre a questão da peleja era salarial.

Lógico, quando me mudei pro Canadá, nunca mais houve uma greve sequer em nenhuma das instituições citadas.

De certa forma, a briga deles era aceita pela sociedade pois todo mundo acredita que professor ganha mal e que são importantíssimos pra sociedade. No senso comum, um professor pode ganhar 10 mil reais e ainda acham que ele ganha mal. Ao mesmo tempo, um investidor pode perder os mesmos 10 mil reais e a população acha que ele perdeu pouco. Embora uma sociedade precise dos dois.

Mas e aí? Os professores universitários e das escolas técnicas ganhavam mesmo mal? Fazendo uma comparação com outros profissionais que estudaram a mesma quantidade de tempo, a resposta é não.

O problema era que esses professores costumam se comparar aos salários dos juízes, auditores fiscais, e outros. Mas não dá pra comparar porque, quantos advogados viram juízes? Quantos contadores viram auditores? Assim, os professores sempre comparam uma categoria inteira com o topo de outra.

Chegava a ser cômico uns professores que chegavam pra fazer greve dirigindo um belíssimo carro importado.

Portanto, os professores não podem se sentir tão desvalorizados. Mas de que adianta isso agora? Se eu já perdi uns 5 verões dentro da sala de aula?

segunda-feira, agosto 15, 2011

O teatro dos vampiros

Ao contrário do senso comum, acredito que o teatro é uma dos entretenimentos mais enfadonhos que se tem noticia. Os musicais então, nem se fala. No Brasil os teatros vivem lotados, mas não dizem nada.

Antigamente pelo menos era uma atividade refinada, havia uma relevância intelectual e uma peça servia pra influenciar a vanguarda da sociedade. Eles não usam Black-tie e Roda vida são exemplos representativos disso.

Hoje em dia, o pessoal só vai ao teatro no Brasil pra ver os artistas da Globo, mas mesmo assim acham que são contribuintes pro avanço da cultura.

A comédia leve no teatro, por exemplo, é um género que não compromete você com nada. O ator que faz uma comédia leve não se indispõe com o governo, com a Igreja, com ninguém.

Já nos Estados Unidos, o negócio é musical. Outro dia, após insistência da minha mulher, fui assistir ao “Mama Mia”, baseado nas músicas do ABBA. Até que gosto das músicas do ABBA, mas o espetáculo, de dura cerca de 3 horas, é de matar qualquer cristão.

Mas é uma heresia você dizer que achou enfadonho. A patrulha logo surge e você é tachado como um ser insensível ou tosco. E eu aposto que muita gente sai do teatro pensando ser uma droga e tem vergonha de parecer idiota e então sai repetindo que amou aquele espetáculo. E se brincar, ainda vai de novo. Vai entender…

sábado, agosto 13, 2011

Atos descabidos

O Brasil poderia estar muito melhor e muito antes caso não tivesse cometido alguns erros gritantes. O primeiro deles foi a criação do monopólio do petróleo em 1953, que fez nascer a cultura das reservas de mercado.

A criação de uma estatal de petróleo foi bom, mas criar também o monopólio não foi. Todo monopólio é antidemocrático pois é uma cassação do direito de produzir. Todo monopólio também é anti-desenvolvimentista, pois reduz o potencial de investimento.

Se uma empresa é eficiente, não precisa de monopólio. Se não é eficiente, não o merece. Este problema foi resolvido com a abolição do monopólio de exploração de petróleo, mas por quanto tempo o Brasil não penou por causa dessa insanidade? Pelo menos uns 45 anos?

Por muito tempo, os pobres iludidos brasileiros, que gritavam à plenos pulmões slogans como “O petróleo é nosso”, não sabiam, os desgraçados, que o leite da Petrobrás iria somente pro fundo de pensão milionário dos funcionários e dos benefícios escandinavos dos que por lá labutavam ou já haviam parado.

Outro erro majestoso foi a construção de Brasília. Essa obra contribuiu pra aumentar a inflação e a corrupção. Inflação pois gastaram horrores na mudança improdutiva da burocracia pra uma cidade parasita, em vez de investimentos em transportes e comunicações direcionados para a mudança pra aquela região. Corrupção porque o funcionalismo passou a reclamar vantagens especiais e rotinizar propina como suplemento salarial.

O argumento pra construção de Brasília foi que era preciso construir a capital em um lugar seguro. Ora, isso funcionava na época dos bombardeios navais, mas na era dos aviões e mísseis, construir uma cidade longe do mar e achar que estão seguros? Também não serviu pra desempatar pólos regionais (como Washington e Camberra) ou de sermos vizinhos de inimigos (como Istambul e Islamabad). Pra que então Brasília? Ninguém sabe.

Outro erro fatal foi a reserva de mercado da informática, de 1984. Quando precisávamos massificar o uso do computador, fizemos o contrario. Nem cresceu o uso e nem a indústria nacional de informática.

O outro erro fenomenal foi a Constituição de 1988. Esse bicho de três cabeças é híbrido no campo político, intervencionista no campo económico e utópica no campo social. O socialismo estava prestes a desmoronar e os constituintes aumentaram de 14 pra 40 os instrumentos de intervenção estatal e criaram 5 novos monopólios. O endurecimento da regulamentação trabalhista provocou desemprego e fuga pra economia informal. O sistema político se tornou híbrido de parlamentarismo e presidencialismo.

No meu tempo de menino, eu ouvia essa frase constantemente: “O Brasil é o país do futuro”. Ora, pode até ser, mas esse futuro não chega pra mim. E como diria Raul, quem não tem presente, se conforma com o futuro.

quinta-feira, agosto 11, 2011

E todo mundo explica tudo…

As pessoas tendem a achar que estão sendo perseguidas pelo acaso ou que tem má sorte quando alguma coisa acontece com elas que as irrita. Mas tudo tem explicação científica. Vejamos.
 
Porque todas as torradas caem da mesa com a manteiga virada pra baixo? Ora, uma torrada, um livro ou qualquer objeto de formato semelhante possui uma tendência de cair de cabeça pra baixo porque o torque gravitacional não é suficiente para que eles girem completamente sobre si mesmos antes de chegar ao chão. O objeto não tem tempo de dar uma volta completa de maneira a atingir o chão com a manteiga pra cima. A distância entra e a mesa e o chão fosse maior, a manteiga iria cair pro lado de cima.

Porque sempre pensamos que a fila em que estamos no supermercado é a mais lenta? A lei das probabilidades explica. É sempre mais provável que você pegue a fila mais lenta. Se tivermos 5 caixas, a probabilidade de pegar a fila que esteja andando mais rápido naquele momento é de apenas 20%. Assim, você tem 80% de chances contra você. Em outros números, em cinco chances, você tem 4 de entrar numa das filas mais lentas. Ao longo do dia, elas andam em velocidades iguais, mas a sensação é diferente em determinado momento do dia. E se tiverem 10 caixas, a probabilidade aumenta mais ainda.

Porque quando vamos procurar a chave no chaveiro é sempre a ultima do molho? As chances que a chave correta seja a primeira ou a ultima são exatamente iguais. As possibilidades de acerto diminuem de forma proporcional à quantidade de chaves no chaveiro. Num molho com 10 chaves, as chances são de 10% de acerto. As chances aumentam bastante quando são feitas as cinco primeiras tentativas, quando restariam apenas 5 chaves. Mas ao chegar nesse ponto, as pessoas já acham que existe uma conspiração do universo contra elas.

Porque muitas pessoas se espantam ao descobrirem que fazem aniversário no mesmo dia? Matematicamente, isso é muito provável. Se você juntar um grupo de 23 pessoas escolhidas ao acaso, as chances de que duas façam aniversario no mesmo dia é de 50%.

Porque as meias que se perdem são sempre parte de um par completo e nunca a meia que já está sozinha? Imagine que você tem uma gaveta com 10 pares de meias. Uma dessas meias se perde. A questão é saber qual a próxima meia a desaparecer. Pela lei das probabilidades, a outra meia a se perder terá mais chance de fazer parte dos 9 pares de meias completas do que a meia sozinha. Quando a terceira se perder, continua ainda muito provável que seja de outro par. Numa gaveta com 10 pares de meias, é 4 vezes mais provável que você algum dia acabe sem um único par completo do que com todos eles completos. Só resolve se você comprar todos os pares da mesma cor.