terça-feira, agosto 31, 2010

Fatos para serem lembrados 7: A libertação de Kosovo

No final dos anos 1990, a OTAN fazia chover mísseis e bombas sobre a Iugoslávia. A intenção era acabar com a repressão à Kosovo, uma província rebelde onde a maioria da população, que era formada por albaneses e muçulmanos, tentava se libertar da mão de ferro dos sérvios.

Era a primeira vez, em quase 50 anos de existência da OTAN, que ela atacava um país soberano acusado de atacar o seu próprio povo. Ate o começo da ofensiva da OTAN, já tinham sido mortos mais ou menos 2000 albaneses pelas forças Sérvias. E o número de refugiados era de 250 mil cidadãos. Foi também o maior bombardeio na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Milosevic dava trabalho. Quatro anos antes, ele tentou criar a Grande Servia, incorporando territórios habitados por sérvios na Croácia e na Bósnia. Quando finalmente houve uma intervenção militar através de bombardeios às posições servias em 1995, Milosevic logo assinou a paz.

Mas nessa ofensiva em questão, a Iugoslávia vinha com a economia em pedaços, oriunda de umas sanções internacionais. Milosevic havia fechado os jornais, acabado com a oposição e tirado rádios do ar. Mas o problema era que os sérvios apoiavam em massa o furor nacionalista de Milosevic. A origem desse comportamento nacionalista estava na independência perdida 600 anos atrás, quanto o exército Otomano esmagou a nobreza sérvia numa batalha justamente em Kosovo. Então os sérvios cresceram memorizando poemas de heróis guerreiros.

E nos 500 anos de dominação turca, eles se apegaram a uma teologia nacionalista da Igreja Ortodoxa, que louvavam o herói nacionalista e execravam qualquer estrangeiro, pois eles vêem os estrangeiro como um herege que queria destruir o que é deles. Por causa disso, Kosovo era considerada o coração da sérvia.

Em 1987, quando a Iugoslavia ainda tinha 6 repúblicas, Milosovic escolheu Kosovo pra dar inicio à sua mudança de burocrata comunista a líder nacionalista. A partir disso, eslovenos, croatas e os bósnios muçulmanos declararam independência. Os albaneses ficaram pra trás. Em outras palavras, das seis Republicas, 4 viraram países independentes: Eslovenia, Croatia, Bosnia Herzegovina e Macedonia.

Por terem ficado pra trás, o albaneses e muçulmanos de Kosovo estavam levando fumo dos sérvios nos anos seguintes. Mas depois de dez semanas após os bombardeios incessantes da OTAN, a guerra contra Iuguslávia chegava ao fim.

Numa reunião com o ex-primeiro ministro russo Viktor Chernomirdin e com o presidente finlandês Martti Ahtisaari e vendo que não tinha outra opção, Milosevic concordou com o plano de paz que colocava uma enorme força militar pra ocupar Kosovo.

O plano de paz ditou a retirada de 40000 soldados e policiais sérvios de Kosovo, a ocupação de 50000 soldados da força de paz internacional e a instalação de uma administração provisória da ONU.

Essa foi a primeira guerra marcada pelo combate à distância, como se os generais estivessem jogando vídeo game, e sem o envio de soldados pra fazer a conquista terrestre. Os mísseis eram lançados a mais de 1000 km de distância, a partir de navios e também de lança mísseis no solo. Foi também a última grande movimentação militar do século.

segunda-feira, agosto 30, 2010

Ótimo negócio (pra quem tá ganhando)

Já se foi dito que uma das melhores maneiras de abocanhar a grana de alguém é quando este alguém para de pensar com o bolso e começa a pensar com a emoção. Veja o exemplo do corretor de imóveis. O sujeito leva você pra comprar uma casa ou um apartamento e você gosta tanto, e pensa logo que está dando uma festa ali, que seus filhos irão crescer correndo por entre aqueles corredores e no final, você se esquece até que o corretor não é seu amigo e que está ali somente pra deixar o seu bolso mais leve.

Outro exemplo é a galera que lucra fazendo festas de casamento. Estou até pensando em entrar nesse ramo. É uma maravilha. O sujeito não se incomoda de gastar e mete a mão no bolso. Na verdade, a maioria dos sujeitos se incomodam sim, mas pra não começar o casamento já brigando, concordam com os gastos exagerados e sem noção.

Melhor ainda pra essas empresas é se o pai da noiva estiver bancando a festança. Minha filhinha está casando, vou dar do bom e do melhor. Esse é o pensamento. Também é o meu. Espero poder dar uma festa muito boa para as minhas filhas.

Mas as empresas envolvidas lucram somente por causa desse sentimento. Uma fotografo normal cobra digamos que 30 dólares por hora pra cobrir um evento qualquer. Pra casamento, ele cobra 100 dólares por hora, pois sabe que os bestas irão pagar de bom grado. É o empreendedor lucrando no que eu chamaria de indústria dos sonhos.

E vai-se de buffet, de aluguel de casa de recepções, estilistas, decoradores, cabeleireiros, e etc. Hoje em dia, os organizadores de festas de casamento faturam mais do que a indústria toda de entretenimento no Brasil, é brincadeira?

Digamos que o sujeito não tenha sogro ou mesmo um pai abastado e que este mesmo sujeito conseguiu guardar na poupança a soma de 50 mil reais pra dar entrada no seu sonhado apartamento. Então a sua namorada quer porque quer uma festa de casamento. Lá se vai a grana dele. Isso não é somente um péssimo passo econômico, mas também uma primeira mágoa antes mesmo de começar.

Olhe só, tudo é pago. O padre é pago, o DJ, a luz, fotos, filmagem, decoração, igreja, cadeiras, mesas, toalhas, comida, bebida, vestida noiva, roupa do noivo, alianças, e ops, a lua-de-mel. A lua-de-mel hoje é dia é tão necessário quanto um cinzeiro numa moto, pois pelo que sei, a lua-de-mel quando foi lançada era pro marido tirar a virgindade da esposa, a noite de núpcias, a primeira noite do casal sem roupas. Ah, tempos inocentes.

Se o sujeito alugar um carro antigo e convidar 200 pessoas, esses 50 mil ai não dão nem pro começo. O que quero dizer é que, se você é um sujeito que não é milionário, que deu duro, ganhou seu dinheiro com seu suor e que ninguém está bancando a festa, meu amigo, não faça festa de casamento não. Abra um negócio, compre um imóvel, que vocês serão bem mais felizes. Podem dar uma festinha simples, pois isso também é cool hoje em dia. No longo prazo, você vai ver que estou certo.

Mas como eu sei que esse conselho é em vão, fica uma ótima dica caso você queira investir em um negócio certo. Sim, eu escrevi isso somente pra irritar as mulheres.

quinta-feira, agosto 19, 2010

Vale a pena ler 30: historiador dos bons

O Brasil do final dos anos 1990 era um país que era governado por um presidente com vocação de desentupidor de pia, o que é um grande serviço. Quando você olha para o passado, verifica que o Brasil é uma espécie de pia entupida, na qual os problemas surgem, vão se acumulando, mas os governos não fazem nada. Aí, a cada vinte, trinta ou quarenta anos, aparece um governante e remove o lixo. Fernando Henrique cumpriu essa tarefa, seguindo outros exemplos históricos. Posso citar o visconde do Rio Branco, primeiro-ministro de dom Pedro II. Ele foi o desbloqueador de uma porção de impasses da política brasileira quando chegou ao poder, em 1871. Os grandes problemas, na época, eram o trabalho escravo e, veja como o Brasil não mudou, a atração de capital estrangeiro. Ele criou a Lei do Ventre Livre e incentivou a construção de estradas de ferro por meio de um sistema de garantia de lucros mínimos. O Brasil atual esperou que Fernando Collor fosse essa pessoa, mas ele não tinha maturidade nem preparação intelectual. Já Fernando Henrique era uma pessoa bem preparada, e a prova disso é a conversão que ele fez nas próprias idéias sociológicas do início da sua carreira até quando ocupava o cargo de presidente.

Ele era acusado de renegar o que escreveu, mas isso era uma bobagem. Homem político não tem idéia. Quem tem idéia é sociólogo. Fernando Henrique não foi eleito para aplicar uma teoria. Essa acusação era até um elogio, sinal de que ele não era um fanático das próprias idéias. Além disso, Fernando Henrique gostava de ser presidente. Isso é uma coisa importantíssima, porque nós vínhamos de quatro governantes que detestavam ser presidentes.

Fernando Henrique gostava do exercício do poder no sentido autêntico. Os outros só gostavam da liturgia do cargo, da bajulação e das viagens. Sarney, na verdade, não queria ser presidente. Queria ser escritor. Para Collor, a Presidência era um derivativo da vida de playboy. Já Itamar era um engenheiro fracassado e por isso migrou para a política. Nos países desenvolvidos, os governantes são recrutados entre os melhores em suas atividades. Já no Brasil quem não dá certo em nada vira político. Nisso Fernando Henrique também era exceção: ele era um sociólogo bem-sucedido que entrou para a política. Outra particularidade: em qualquer outro país, acabou a Presidência da República, tchau!, o sujeito vai para casa ou cria uma fundação. No Brasil, eles viram almas penadas. O que foi Jânio Quadros durante trinta anos? Collor seguiu o mesmo destino. Vai ficar trinta anos criando instabilidade para o país.

Eu, particularmente, fiquei muito decepcionado com Getúlio Vargas depois que li seus diários. Eles mostram que ele foi um superburocrata. No diário dele não há uma só frase que denote uma convicção. Mas, para o bem e para o mal, Getúlio Vargas é a figura dominante da política brasileira no século XX. Será fundamental para o historiador do futuro entender o Brasil do nosso século, assim como Pedro II em relação ao século XIX. Getúlio durou no Brasil porque tinha qualidades que não eram brasileiras. Primeiro, ele era uma pessoa serena, o que é raro por aqui. Em segundo lugar, era um sujeito com um autodomínio admirável.

Não acredito que o brasileiro tenha essas qualidades todas que passou a atribuir a si próprio. O que Sérgio Buarque disse não foi entendido direito. Ser cordial pode ser também um defeito. O "homem cordial" é aquele que age com o coração, que não raciocina segundo parâmetros lógicos, mas sim de acordo com impulsos afetivos. Quanto ao destino do povo brasileiro, acho que não somos talhados para nenhuma posição de liderança no mundo. Se conseguirmos ser um Canadá dos trópicos, já estará muito bom.

O Canadá é um país que nunca teve ambições de liderança mundial, nem será capaz de rivalizar com os Estados Unidos na maioria dos terrenos. Mesmo assim, consegue manter um crescimento econômico respeitável, distribuição de renda exemplar e um regime de liberdade sem defeitos. Podemos esperar mais do que isso?

Essa idéia de que o Brasil vai entrar pro primeiro é de um provincianismo enorme. Com o fim do comunismo, não existe mais o Segundo Mundo, portanto acabou também o Primeiro. O que existe são uns nove ou dez países realmente desenvolvidos e o resto, um grupo que engloba nações que vão da Espanha ao Sudão e estão em diferentes estágios. O que importa, em vez dessa besteira, é desenvolver-se o máximo possível sob um regime de liberdade.

Existe um modismo entre os intelectuais brasileiros de construir teorias destinadas a explicar o Brasil. Mas toda essa tradição de explicação do Brasil, muito antiga, não tem nada a ver com ciência. É um gênero literário, e ainda por cima importado. Todos os países periféricos da Europa, que ficaram à margem do desenvolvimento capitalista, conceberam, no século 19, uma espécie de angústia de identidade e é por causa dessa angústia que surgem esses livros. Você vê isso na Rússia muito bem. Isso passou para a América Latina. Deu boas coisas, como Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre. Mas é um problema de país inseguro. Essa literatura é puro impressionismo sociológico. Vamos pegar, por exemplo, um livro-chave da interpretação do país, Retrato do Brasil, de Paulo Prado. A frase inicial diz assim: "Numa terra radiosa vive um povo triste". Se me pagassem muito bem, escreveria um livro partindo do oposto e explicaria o Brasil da mesma maneira: "Numa terra triste vive um povo radioso". O povo brasileiro é alegre. E não há nada mais triste do que a natureza tropical, que é barroca. Você já viu coisa mais deprimente do que Ilhabela? É uma paisagem excessiva, que esmaga as pessoas.

O intelectual brasileiro, quanto mais delirante for, mais é considerado inteligente. O cineasta Glauber Rocha era um delirante; o antropólogo Darcy Ribeiro era outro. O essencial do que ele fez foi requentar, sob uma aparência esquerdizante, as idéias de Gilberto Freyre. Gilberto exorcizou o complexo que o Brasil tinha por causa da mestiçagem, transformando isso num valor positivo. Depois dele, essa questão deixou de preocupar os intelectuais. Veja a geração de Celso Furtado e Raymundo Faoro, por exemplo. Mas aí vem o Darcy e ressuscita, pelo avesso, um problema que não existia mais, com afirmações do tipo "mestiço é que é bom". Só aqui, também, cantores de música popular viram pensadores. No Brasil, quanto menos objetivo você for, mais você é considerado inteligente. No Brasil, a objetividade é considerada coisa para comerciante.

Uma das questões que passam ao largo da analise de sociólogos e historiadores é o aparecimento do Brasil do interior. Antigamente, o país só tinha litoral e só de São Paulo para baixo havia algum desenvolvimento fora das capitais. Hoje isso mudou. Veja o fenômeno de Petrolina, às margens do São Francisco. Na região de Uberaba, o pessoal tem uma prosperidade incrível. Esse Brasil do interior, que se afirma cada vez mais, tem valores bastante diferentes. Eu diria até que é um Brasil meio vulgar, em relação ao litoral. Em termos de cultura é a boçalidade completa. Uma coisa que me intriga especialmente é a popularidade dessa música sertaneja em termos nacionais. Antigamente, só quem se interessava por música caipira era folclorista. O meu medo é que esse pessoal venha a se afirmar sobre a vida brasileira com formas meio pobres de sensibilidade.

Em termos políticos, seria uma versão mais radical do coronelismo. Os coronéis de hoje, de Goiás, Mato Grosso e Rondônia, têm muito mais poder do que os coronéis do Nordeste. O senhor de engenho mandava sobre uma área pequena. Hoje eles mandam sobre áreas enormes que percorrem de helicóptero. É só lembrar da novela O Rei do Gado. Quando esse pessoal começar a pesar na vida política brasileira para valer, o que deve acontecer nos próximos decênios, a História do Brasil vai ser um pouco diferente. E não vai ser necessariamente melhor. Eu não tenho dúvida de que, do ponto de vista econômico, esse pessoal tem uma mentalidade muito mais aberta, muito mais progressista, do que os coronéis do Nordeste. Mas o impacto deles sobre a vida política do país em trinta ou quarenta anos pode ser muito mais autoritário do que se pensa.

No Brasil, sempre há uma febre comemorativa sobre algum evento. Em 1995 foi Zumbi. Em 1997 foi Canudos. Depois vieram os festejos pra celebrar os 500 anos do Brasil. Porém, refletir sobre qualquer período histórico é saudável. O problema é você singularizar um período e, aí, criar um mito social, atribuindo a figuras do passado projetos ou ambições que são, na verdade, de hoje. Veja o caso de Zumbi. A base documental sobre esse assunto é escassa, pois no quilombo eles não tinham escrita. Dizer, como se disse, que o movimento de Palmares era de independência nacional é uma besteira. Todo movimento desse tipo visava à constituição de uma sociedade paralela e não a mudar o sistema.

A manutencao da unidade nacional é vista como grande contribuicao da colonizacao portuguesa, mas como disse Joaquim Nabuco, a colonização portuguesa tem uma nódoa irresgatável: a escravidão. É a instituição que, por si só, é capaz de explicar o maior número de variáveis da História brasileira. A grande propriedade, o mandonismo, o familismo, tudo isso vem da escravidão. O tráfico de escravos, até o fim, em 1850, foi um negócio de portugueses. O brasileiro se endividava para comprar escravos. Quanto à unidade do Brasil, ela decorre, na verdade, de um defeito português: a pobreza de imaginação. Você repara que todas as praças de cidades do interior, no Brasil, são iguais, seja em Mococa, São Paulo, ou Santarém, no Pará.

Eu raramente vou ao cinema, mas assisti a Carlota Joaquina. Li um artigo dizendo que era uma revisão da História brasileira. É um absurdo. Nesse filme a diretora usa todos os estereótipos, inclusive a imagem do dom João VI caricato, comendo franguinhos e limpando as mãos na roupa. Como pode ser uma revisão? O historiador Oliveira Lima escreveu, há quase 100 anos, um livro para acabar com todos esses chavões sobre dom João VI. Não adiantou nada, pois a diretora do filme, ao que parece, não leu Oliveira Lima. Ou, se leu, não concordou.

O século XX teve três momentos importantes: 1945, com o fim do nazismo; evitar a guerra nuclear em 1962; e a queda do Muro de Berlim, em 1989. Num caso, tivemos a presença de Churchill, que é na minha opinião o grande personagem do século. É o último grande líder de guerra da História, comparável a Júlio César e Alexandre, o Grande. Em outro, Kennedy, aliás, é interessante notar que, na ocasião, ele teve um equilíbrio admirável. As pessoas reclamam de sua vida privada, de suas infidelidades, mas se esquecem de uma coisa. Ainda bem que Kennedy era um playboy, um hedonista, uma pessoa bem resolvida. Imagine Nixon, uma pessoa torturada, no lugar dele, sendo submetido a uma crise política daquela envergadura. Poderia ser o começo da guerra nuclear. Sobre o final do Muro de Berlim, há um dado interessante. Os americanos sofisticados pensaram várias coisas para acabar com a Guerra Fria. O embaixador George Kennan, por exemplo, veio com a doutrina da contenção e o secretário de Defesa Robert McNamara, com aquele negócio de "retaliação graduada". Aí chegou um boçal, chamado Ronald Reagan, que inventou a "guerra nas estrelas", queria arrebentar todo mundo, e resolveu o negócio em alguns anos. Deu certo, o que prova que a História, muitas vezes, é o reino da boçalidade. Não é coisa para gente inteligente, não.

* Por Evaldo Cabral de Mello, historiador pernambucano, irmão do poeta Joao Cabral de Mello Neto.

quarta-feira, agosto 18, 2010

Hoochie Coochie Man

Elvis Presley em 1955

Gostaria de postar aqui um arquivo zip com um CD inteiro que fiz com músicas que foram lançadas entre 1952 até 1955. São 23 músicas escolhidas a dedo, após quase três anos de pesquisas. O critério de seleção é baseado em importância histórica, representação de um artista e por fim, o meu gosto pessoal. Quem se interessa por esse período e pela historia da música popular e do rock and roll principalmente, deve baixar esse arquivo, transforma-lo em CD e escutar várias vezes a fim de ter uma intimidade com essas canções que são o berço de tudo o que foi feito depois. Começava aqui uma democracia que não importava a cor e nem a sua posição social.

No ano de 1952 e pra começar o CD, temos a gravação histórica de Lawdy Miss Clawdy, gravada por Lloyd Price, que foi o jovem que a compôs. Ele tinha 18 anos quando gravou essa música e a mesma virou sucesso nacional sem demora. Foi considerada a primeira música dos jovens, uma vez que antes dessa, os jovens escutavam os discos dos pais. Em seguida, de 1953, temos Hound Dog, na voz de Big Mama Thornton. Hound dog seria sucesso na voz de Elvis três anos depois. No mesmo ano, temos Money Honey, sucesso dos The Drifters, quando ainda tinha Clyde McPhatter nos vocais principais.

O ano de 1954 traz o que seria os primeiros suspiros de um movimento que seria chamado de rock and roll. Big Joe Turner chega com Shake, rattle and roll. Elvis dá suas caras com o classico That’s all right mama. Bill Haley and His Comets chegam arrebentando com Rock Around the Clock e Elvis regrava o classico country Blue Moon of Kentucky, em forma de rock. The Penguins lançam a inesquecivel balada romantica Earth Angel e Elvis regrava outro clássico country chamado Good rockin’ tonight, outra vez em formato rock and roll. Na parte do blues, Muddy Waters ataca de Hoochie Coochie man, que virou também um clássico pra todos os generos da música.

Chega o ano de 1955 e o mundo tem o prazer de conhecer a guitarra e o carisma de Chuck Berry, que lançava Maybellene. The Platters, um grupo vocal formado por negros lançava Only You e The Great Pretender, dois sucessos fenomenais. Little Richard, o cantor gay da Georgia, lançava sua Tutti Frutti e Ray Charles lançava a sua maravilhosa I got a Woman.

Elvis lançava a sua maravilhosa e clássica canção Mystery Train e Johnny Cash vinha a cena com a sua Folsom Prison Blues. Elvis atacava também de Baby Let’s Play house, que inspiraria John Lennon a compor Run for Your life 10 anos depois e Fats Domino nos brindava com a sua maravilhosa Ain’t that a shame. Elvis gravava outra musica country chamada I forgot to remember to forget e Muddy Waters trazia outro blues maravilhoso com Mannish Boy, uma resposta a uma música de Bo Diddley. Elvis metia os pés em I’m left, you’re right, she’s gone e B.B. King lançava o clássico Everyday I have the blues.

Essas são as 23 músicas do CD que você pode baixar aqui.

Com a ajuda do Google analytics, eu pude acompanhar os acessos e o interesse das pessoas nas músicas postadas no site Discografia Obrigatória. No mês de Julho de 2010, Hoochie Coochie Man foi a campeã de acessos (46 acessos), quase o dobro da segunda colocada Rock around the clock, que teve 24 acessos. Only you foi a terceira com 18 acessos e a sexta foi Money Honey com 9 acessos. Tutti-frutti, I got a woman e Mannish boy tiveram 7 acessos cada, ocupando a sétima, oitava e nona posições, respectivamente. E pra fechar o top ten, Earth angel teve 6 acessos.

A quarta colocada com 16 acessos foi Too much monkey business, de Chuck Berry e a quinta colocada com 10 acessos foi Blue suede shoes, de Carl Perkins, não constam no CD por estarem inseridas no próximo disco, que engloba o ano de 1956.

No final, o ranking de julho de 2010 ficou assim (em parênteses é o numero que a música foi inscrita no site):

1 - Muddy Waters com Hoochie Coochie Man - 46 acessos (10)
2 - Bill Haley and His Comets com Rock around the clock - 24 acessos (6)
3 - The Platters com Only you - 18 acessos (12)
4 - Chuck Berry com Too much monkey business - 16 acessos (37)
5 - Carl Perkins com Blue suede shoes - 10 acessos (26)
6 - The Drifters com Money honey - 9 acessos (3)
7 - Little Richard com Tutti-frutti - 7 acessos (13)
8 - Ray Charles com I got a woman - 7 acessos (15)
9 - Muddy Waters com Mannish boy - 7 acessos (21)
10 - The Penguins com Earth angel - 6 acessos (8)

PS: O post tem a foto de Elvis, que poderia ser a "capa do CD ", pois o homem era de fato um sucesso, já em 1955, tendo mais músicas nos rádios do que qualquer outro artista citado acima. Das 23 músicas, 7 são dele. E o título de Hoochie Coochie Man foi por causa que essa música está tendo mais acessos no site desde que foi postada. Eu fico bastante curioso e não sei o motivo. E também, Elvis não deixa de ser um Hoochie Coochie Man.

terça-feira, agosto 17, 2010

A qualidade do vinho


Em vez de se preocupar com essas nomenclaturas todas a respeito dos vinhos, não poderíamos simplesmente chegar na loja e pedir um bom vinho? É mesmo a qualidade o ponto mais importante? Ou seja, uma qualidade dentro do preço que você escolheu pra gastar, que também é conhecido como valor?

Os produtores de vinho ficam eufóricos quando recebem críticas favoráveis dos especialistas, pois um vinho com boas notas, geralmente é um vinho de melhor qualidade e com certeza, essas boas avaliações aumentará as suas vendas.

Mas a qualidade do vinho vem em diferentes cores, graus de doçura e secura e perfis de gostos. Não é só porque um vinho é de ótima qualidade que você vai gostar de bebe-lo (ou fingir que gosta). O gosto pessoal é dez vezes mais importante do que a qualidade, quando vamos escolher um vinho.

Mesmo assim, graus diferentes de qualidade existem sim no mundo dos vinhos, mesmo que não seja absoluta. Quão maravilhoso um vinho é, depende de quem está fazendo o julgamento.

Os instrumentos que medem a qualidade do vinho são o nariz, a boca e o cérebro e porque somos diferentes, nós temos opiniões diferentes sobre a qualidade dos vinhos. A opinião combinada de um grupo de experts é que é geralmente considerada como um julgamento final sobre a qualidade de um vinho.

Voltando, sim, o gosto é muito pessoal. A percepção dos gostos básicos na língua do ser humano varia muito de uma pessoa pra outra. Pesquisas tem provado que algumas pessoas possuem mais papilas gustativas do que outras, e assim, possuem mais sensibilidade pra algumas características como amargura ou acidez em comidas e bebidas.