terça-feira, novembro 30, 2010

Imigração 3: Itália e Espanha se fecham

No final dos anos 1990, a Europa começava a fechar as portas pros imigrantes. Estava sendo construída uma cerca em torno de Ceuta e Melilla, dois entrepostos comerciais encravados no território de Marrocos, em pleno norte da África, mas que pertencem à Espanha desde o século XVI.

O projeto custou 36 milhões de dólares e consistia em duas fileiras de barricadas de arame com 3 metros de altura e entre elas um corredor de 5 metros de largura, formando uma zona de patrulha pros policiais espanhóis. O complexo contava com cameras de vídeos e torres de controle.

A ideia é a mesma da cerca na fronteira do México com os Estados Unidos, ou com o Muro de Berlim, com a diferença que este último existia pra impedir os alemães orientais de escaparem das maravilhas do comunismo e a primeira serve pra vetar que os pobres tirem uma casquinha do capitalismo avançado.

A Espanha construiu a cerca pra responder à pressões dos parceiros da União Europeia. A Itália fez o mesmo com relação aos refugiados curdos do Iraque e Turquia, africanos do norte e albaneses, que procuravam asilo nas ilhas de Lampedusa e Pantelleria, a 60 quilômetros do litoral da Tunísia, na África.

A Itália passou a receber essas pessoas em centros de triagem onde se amontavam os imigrantes. O problema era que os curdos usavam a Itália como brecha pra se estabelecer na Alemanha, pois este país tinha as leis de imigração mais liberais da Europa.

Mas pessoas como os curdos e argelinos, que fugiam de guerra e perseguição política, estavam dispostos a tudo. Os africanos que chegavam a Ceuta e Melilla em busca de asilo, viajavam de países distantes sob as piores condições possíveis.

A Europa, alem do dilema moral, enfrentava a compreensível falta de disposição persecutória dos países de onde saiam esses imigrantes. Mas, só de marroquinos, existiam 1,7 milhão morando no exterior, apesar de serem punidos caso fossem pegos tentando sair de lá. O desemprego no Marrocos era de 20%.

segunda-feira, novembro 29, 2010

Como as uvas variam

Uma grande variedade de atributos diferencia uma variedade de uva de outra. Esses atributos são distribuídos principalmente em duas categorias: traços de personalidade e fatores de performance. Traços de personalidade são as características da própria fruta, como por exemplo, o seu sabor. Fatores de performance são referentes ao modo que as uvas crescem, como a fruta fica madura e quão rápido podem chegar de 0 a 100km/h.

Traços de personalidades – a cor da pele da uva é a mais importante distinção entre as variedades das uvas. Cada variedade de uva é considerada uma variedade branca ou uma variedade vermelha (ou preta). Isto se baseando na cor da casca da uva quando ela está madura. Poucas uvas de pele vermelha são profundamente mais subdivididas em polpa vermelha, ao invés de terem polpa branca. Variedades individuais de uvas também se distinguem umas das outras pelos seus:

- Compostos aromáticos – algumas uvas possuem aromas e sabores florais enquanto outras possuem notas de ervas ou frutas. Algumas possuem aromas e sabores neutros.

- Níveis de acidez – algumas uvas são naturalmente carregadas com altos níveis de ácido, o que influencia os vinhos feitos dessa uva.

- Espessura da casca e tamanho individual das uvas – uvas negras com cascas grossas naturalmente possuem mais tanino do que uvas com peles mais finas. O mesmo acontece na relação pequenas-grandes uvas, pois nas pequenas uvas a percentagem de pele/suco é maior. Mais tanino na uva, mais firme e tânico será o vinho.

Os compostos de traços de personalidade de qualquer variedade de uva são consideravelmente evidentes em vinhos feitos dessa uva. Um vinho Cabernet Sauvignon é quase sempre mais tânico e um pouco mais baixo em teor alcoólico do que um Merlot, por exemplo, por causa da natureza dessas duas uvas questão.

Fatores de performance – os fatores de performance que distinguem as variedades de uvas são importantes para o crescimento das uvas, pois estes fatores determinam se será fácil ou difícil cultivar essa ou aquela variedade de uva em determinado quintal. Ou até mesmo se essa variedade pode ser plantada ali naquele solo. Esses fatores são:

- Qual o tempo que a uva precisa pra ficar Madura? Em regiões com pouco tempo de crescimento por causa das estacões, as uvas que são colhidas mais rápidas se dão melhor no local.

- Quão denso e compacto os cachos são. Em temperaturas mais quentes e húmidas, os cachos mais densos, algumas uvas podem apresentar problemas de mofo.

- Quanto de vegetação a variedade de uva tende a crescer? Em solos férteis, uma uva que cresce muitas folhas e galhos podem ter muita vegetação ao ponto das uvas não receberem a luz do sol.

As razoes por que algumas uvas se dão extremamente bem em algumas regiões e geram excelentes vinhos como resultado são tão complexas que os produtores de vinho ainda não conseguiram compreender direito. A quantidade de frio ou calor, a quantidade de vento e chuva (ou a falta dela) e a falta de raios de sol fortes no outro lado de uma colina, por exemplo, são fatores que determinam a performance de uma uva.

Em todo caso, não existem dois vinhedos no mundo com a mesma combinação desses fatores. Ou na linguagem, precisamente o mesmo terroir.

Mas falando nisso, como as uvas ficam maduras? Quando as uvas não estão ainda maduras, elas contem uma grande quantidade de acido e muito pouco açúcar, o que vem a ser verdadeiro pra qualquer fruta, e o sabor não é muito legal. Quando o amadurecimento começa a progredir, as uvas ficam mais doces e menos ácidas, apesar de sempre reterem algum acido e então seus sabores passam a ficar mais ricos e mais complexos.

A pele então fica mais fina e até mesmo os caroços também ficam maduros, algumas vezes mudando de cor de verde pra marron. O estágio em que são colhidas é um grande fator no estilo do vinho.

terça-feira, novembro 23, 2010

Fatos para serem lembrados 10: A eleição de George W. Bush

O presidente americano que iria suceder Bill Clinton foi eleito depois de um batalha judicial, que durou mais de um mês. A decisão só foi feita quando a Suprema Corte mandou parar com as infinitas recontagens de votos no estado da Florida e deu a vitória ao republicano. Bush ganhou com 300 mil votos a menos que Al Gore. Foi a terceira vez que isso aconteceu em toda a história americana até então. E era a segunda vez que um filho de ex-presidente chegava à Casa Branca. O outro foi Quincy Jones Adams, eleito em 1824, filho de John Adams, o segundo presidente do país.

Bush e Adams também tiveram outras peculiaridades. Ambos passaram a usar o nome intermediário pra se diferenciar do pai que possui o mesmo nome. O W de Bush é Walker. Ambos perderam por estreita margem na votação popular, mas conseguiram maioria no colégio eleitoral. Como a eleição americana é feita com base estadual, o candidato com maioria num estado leva todos os seus votos eleitorais. Isso explica porque após abocanhar os disputadíssimos 25 votos da Florida uma diferença de pouco mais de uma centena de votos populares, Bush bate Gore por 271 a 267 no Colégio eleitoral. Valendo salientar que o irmão de Bush era o governador de mesma Flórida.

George W. Bush era o governador do Texas, maior estado americano em tamanho e o segundo mais rico. Bush era o filho mais velho de uma família cujos negócios são política e petróleo. Bush pai veio da região de New England e o próprio Bush filho nasceu em Connecticut, mas se mudaram pra Midland, no Texas, quando Bush filho tinha 2 anos.

Bush filho fez história em Yale e mestrado em administração em Harvard e casou-se com sua atual mulher em 1977. Perdeu a primeira eleição pra deputado e teve duas filhas gémeas. Tinha 43 anos de idade quando o pai se tornou presidente, em 1989.

Bush filho então trabalhou como assessor na Casa Branca, mas voltou pro Texas e pegou 600 mil dólares emprestador e comprou parte do Texas Rangers, o que lhe deu 2% do time. Mais tarde vendeu suas ações com lucro de 2500%.

Em 1994, dois anos depois do pai perder a reeleição pra Bill Clinton, candidatou-se ao governo do Texas. Bush como governador do Texas ficou famoso pela austeridade fiscal. Cortou impostos e melhorou o sistema educacional. Foi reeleito em 1998. Bush era também favorável a pena de morte e durante o seu governo, mais de 140 condenados foram executados no Texas.

O vice-presidente eleito era Dick Cheney, raposa politica, homem forte do petróleo e que havia sido secretario da defesa de Bush pai. Outro que trabalhou com Bush pai foi Colin Powell, vencedor da Guerra do Golfo, que se tornou chefe do departamento de Estado de Bush filho.

O PIB americano quando Bush chegou à presidência era de 8 trilhões de dólares, quatro vezes o total de riquezas produzidas nos 33 países da América Latina. O orçamento do governo americano era de 1,7 trilhões de dólares, 17 vezes maior do que o brasileiro. Os gastos militares americanos eram de 280 bilhões de dólares por ano, o que era o PIB da Argentina na mesma época.

A conta que os Estados Unidos tinham com saúde pública representava quase 8 vezes o total do comércio entre os países do Mercosul. Com conservação de estradas, os estados Unidos gastavam 29 bilhões de dólares, quantia que era o PIB do Uruguai e Paraguai juntos. 1,8 Bilhão de dólares eram gastos na manutenção dos parques nacionais e representava cinco vezes a verba anual do ministério do meio ambiente.

quinta-feira, novembro 04, 2010

Nunca antes nesse país - Parte I

Bem, hoje em dia a moda é falar de Lula, que “nunca antes neste país”… mas olhando e buscando informações, vemos que as coisas não são bem assim. Acredito que um dos primeiros eletrodomésticos que o pobre compra é a televisão. Se buscarmos esse índice, em 1996, 8 milhões de aparelhos de televisão foram fabricados no Brasil, o que representava 35% a mais do que 1995.

Digo isso porque apenas 14% dessas televisões eram acima de 29 polegadas, com preços a partir de mil reais, na época. Esse aumento da demanda foi causado pelas facilidades de crédito, que Lula diz que o pobre só pôde começar a comprar no governo dele.

Lula faz questão de esquecer que o Plano Real, desenvolvido por Fernando Henrique Cardoso e sua equipe económico no governo Itamar Franco foi o salvador de uma pátria lascada e que por tabela, faz com que ele contasse tanta bravata e conta até hoje. Imaginem ai o PT pegando o país como ele estava no inicio da década de 1990, com toda essa competência inerente a à essa raça?

Essa bonança que Lula alega que começou no governo dele, na verdade começou em 27 de Fevereiro de 1994, com a publicação da medida provisória 434, que instituía a Unidade Real de Valor, o URV, estabelecia regras de conversão e uso de valores monetários e inicia a desindexação da economia e determinava o lançamento de uma nova moeda, Real. Porque Lula esqueceu isso? Porque Lula esquece que por causa disso, ele levou duas SIURRAS HISTÓRICAS, em DUAS ELEIÇÕES SEGUIDA, contra justamente o criador disso tudo aí, o ex-presidente FERNANDO HENRIQUE CARDOSO?

E pra contribuir um pouco mais pra historia, o PT era CONTRA a criação do Real. Sabem porque? Porque o PT era contra tudo, não importava o que. A intenção do PT era e sempre foi desestabilizar tudo.

Esse plano foi um golpe contra o PT, pelo menos assim eles acreditavam, pois tratava-se do mais amplo plano económico já realizado na história do Brasil e o objetivo principal era controla a hiperinflação que aterrorizava o país há anos. Em Junho de 1994, quando foi lançada a moeda, a inflação estava em 46,58% ao mês. É brincadeira? Me digam ai o que os economistas petistas iriam fazer com isso? Na época, a estrela da economia do PT era um dinossauro chamado Maria da Conceição Tavares. O que ela iria fazer?

Se o Plano Real fosse uma música, ele teria dois compositores. Itamar Franco, que deu liberdade irrestrita pro seu ministro da Fazenda e Fernando Henrique, que era esse ministro da Fazenda e que teve a inteligência suficiente de contratar os mais brilhantes economistas do pais pra arquitetura do plano. Eram eles Pérsio Arida, André Lara Resende, Gustavo Franco, Pedro Malan, Edmar Bacha, entre outros.

O Plano Real foi o mais eficaz da história tupiniquim, reduziu a inflação e como consequência, ampliou o poder de compra da população, recriando os setores económicos nacionais. Ora, a inflação no país era tão grande que maior somente a da Alemanha, nos anos 1920. De 1965 ate 1994, acumulamos 1,1 quartilho por cento, ou seja, inflação de 16 dígitos em 3 décadas.

Um dos fatores predominante pro sucesso do Plano Real foi a Emenda Constitucional numero 10, que criou o Fundo Social de Emergência, o FSE, que produziu a desvinculação de verbas do orçamento da União, direcionando os recursos para o fundo, que deu margem pro governo remanejar ou cortar gastos supérfluos. Estou aqui até vendo o PT fazendo isso… piada.

Ora, essa medida foi fundamental pois os gastos do governo contribuíam enormemente pra hiperinflação, pois a máquina estatal era grande e sempre procurando mais gastos.

Fernando Henrique saiu do cargo pra concorrer à presidência da república, deixando no seu lugar Rubens Ricupero, que caiu por causa da gafe da parabólica. Assim, Ciro Gomes assumiu em seu lugar, pois ainda era do PSDB, esse canalha hoje em dia coligado dos petistas.

A primeira inflação depois da moeda foi de 6,08% ao mês. Um verdadeiro colírio nos olhos dos brasileiros. Voltando, o Plano Real consistiu em três fases: 1) equilíbrio das contas publicas, reduzindo despesas e aumentando receitas (1993 e 1994); 2) criação da URV pra preservar o poder de compra e 3) lançamento do padrão monetário Real, usado até os dias de hoje. Voltamos com o texto “Nunca antes nesse país – Parte II” pra terminar de contar o que houve depois da implementação do Plano Real.