domingo, fevereiro 28, 2010

Vinhos de mesa e de sobremesa

Vinho que se bebe toda noite é vinho tinto, branco ou rosé (sem bolhas). Existem vários nomes pra esses vinhos. Nos Estados Unidos e Canadá eles são chamados de vinhos de mesa. Na Europa, de vinhos leves. Muitas vezes eles também são chamados de vinhos parados, pois não possuem bolhas girando dentro da garrafa.

O vinho de mesa é um suco de uva fermentado que a percentagem de álcool cai dentro de uma faixa conhecida. Alem disso, o vinho de mesa não contem bolhas. De acordo com os padrões americanos de identificação, os vinhos de mesa devem possuir uma percentagem de álcool não maior do que 14%. Na Europa, o vinho leve deve conter algo entre 8,5 a 14% de álcool. Assim, a não ser que o vinho tenha mais de 14% de álcool ou tenha bolhas, ele é um vinho de mesa aos olhos da lei.

Os elementos que criaram essa lei não chegaram ao número 14% por adivinhação. Historicamente, a maioria dos vinhos contem menos de 14% de álcool, seja porque não possuía muito açúcar no suco da uva pra gerar mais álcool ou porque as leveduras morreram quando o álcool atingiu 14%, suspendendo a fermentação. Esse número então se tornou o limite legal entre os vinhos que não possuem álcool adicionados e os vinhos que possuem álcool adicionado a eles.

Hoje, entretanto, o assunto não é assim tão facilmente claro quanto eram quando a lei foi criada. Muitas uvas que são cultivadas em temperaturas mais quentes e se tornam muito maduras e possuem mais açúcar natural e seus sucos ficam com mais de 14% de álcool quando fermentadas.

Outro fator complicador vem a ser a utilização de leveduras gonzo que faz com que o trabalho continue mesmo quando o álcool excede os 14%. Muitos zinfandels tintos, cabernets e chardonnays da Califórnia agora tem 14,5 e até mesmo 15,5% de álcool.

Os especialistas ainda os consideram vinhos de mesa, mas legalmente eles não entram nessa categoria. Tecnicamente eles são vinhos de sobremesa e pagam impostos mais caros. Nem sempre as leis acompanham a realidade das coisas.

Assim, a definição de vinhos de mesa é a seguinte: vinhos normais, que não possuem bolhas e que é bebido pela maioria das pessoas na maioria das vezes.

Muitos vinhos possuem mais de 14% de álcool porque o produtor de vinho adicionou álcool durante ou depois do processo de fermentação. Essa não é uma maneira habitual de se fazer vinho, mas em algumas partes do mundo, como a região de Sherry, na Espanha, e a região do Porto, em Portugal, se tornaram especialistas nessa arte.

Vinhos de sobremesa é a terminologia legal nos Estados Unidos e Canadá pra esse tipo de vinho, provavelmente pois eles são geralmente doces e bebidos depois do jantar. O termo é complicado, pois nem sempre os vinhos de sobremesa são doces e nem sempre são bebidos após o jantar. O Sherry seco, por exemplo, é classificado como vinho de sobremesa, mas é seco e é bebido antes do jantar.

Na Europa, essa categoria é chamada de vinhos licor, que carrega também a mesma conotação de doçura. Hoje em dia, nas lojas da LCBO, onde compro vinho, eles chamam esse tipo de vinho de vinho fortificado, o que sugere que o vinho foi fortificado com mais álcool.

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Eric Clapton e Jeff Beck, Air Canada Centre, Toronto

Há muitos anos sou fã de Eric Clapton. Lembro-me ainda de escutar muito a música Cocaine, em meados dos anos 1980. Foi a primeira vez que ouvi falar dele. Gravei uma fita K7 com as músicas que eu gostava na época e alem de Cocaine, estavam também na mesma fita Hotel California, do Eagles e Money for Nothing, dos Dire Straits.

Logo em seguida assisti na rede Manchete um concerto que os Dire Straits fizeram em prol da libertação de Nelson Mandela no Wembley Stadium, em Londres e quem lá estava? Eric Clapton, tocando junto com os Straits. Comecei a prestar mais atenção a seguir o seu trabalho, de longe, assumo.

Com a chegada do disco Unplugged MTV, de 1992, eu fiquei fascinado. A primeira vez que vi e ouvi o disco foi no bar e restaurante Viver, de propriedade de Miguel Ângelo, um primo da minha mãe. Ele tinha uma copia do disco em formato vídeo laser. O precursor do DVD, sendo em formato grande.

Então comprei uma cópia do meu CD e não parava de escutar. Uma vez atrás da outra, escutava sem parar. Aqueles blues tocado de forma acústica, me deixou doido. Ao chegar em Toronto, em 2004, foi o primeiro DVD que tive. O primeiro mesmo. Lembro que comprei no Yorkdale Mall. Logo comprei outro, um em prol do centro de reabilitação que Eric Clapton criou nas Antiguas, gravado em New York City e que contava com a participação de Sheryl Crowl e Bob Dylan.

Esse ano, comprei a sua autobiografia, que li num fôlego só. Fantástica. E de repente, abro o jornal, está lá o anuncio do show que Clapton faria com Jeff Beck em Toronto, no dia 21 de Fevereiro de 2010. Só não gostei porque era um domingo. Mas de todo jeito era melhor do que se fosse na semana. Comprei logo. Bem mais caro do que o concerto do U2, que havia pago 250 dólares por 2 entradas. Esse me custou 350 as duas.

Mas enfim, após longa espera, o dia chega. Passamos a manha com as meninas e depois que chegamos em casa, comecei a minha preparação etílica pra tal evento. Desci muitas cervejas, uma atrás da outra. Cheguei lá no Air Canada Centre e comprei mais outras. Quando Jeff Beck, que fez a primeira parte do show entrou, eu já estava no clima. Estávamos bem perto do palco.

Jeff Beck trazia consigo uma orquestra de 30 músicos, alem de uma banda com baixo, teclado e bateria. Não conheço muito suas músicas, portanto não sei distingui-las. Mas uma me chamou a atenção, que foi a sua versão pra A day in the life, dos Beatles. Fiquei em choque. Fantástica.

A parte de Jeff Beck durou mais ou menos uma hora. Qualquer coisa assim. Logo em seguida, começa a segunda parte, com Eric Clapton de camisa azul, óculos de aro de tartaruga, cabelos brancos, na altura dos ombros, um banquinho e um violão. Entre com o blues “Driftin’”, pra logo em seguida, à queima-roupa, levantar a galera com a versão acústica de “Layla”, do jeito que estava naquele CD que eu gostava tanto.

Vejam Driftin' e Layla, acustico no show. Nao fui eu quem filmou:



A terceira música, também no formato acústico e que estava também no CD Unplugged MTV foi a fantástica “Running on faith”. A quarta viria a ser a “I’ve got a rock’n roll heart”. Aí então ele pega a guitarra elétrica e manda a “Tell the truth”, pra logo em seguida tocar “Key to the highway”.

A galera estava ainda meio tonta quando entra a versão maravilhosa do tesouro de Bob Marley “I shot the sheriff”. O ginásio veio abaixo. Ainda no clima, veio “Little Queen of Spades”. E pra finalizar, o coroa de 65 anos cuspiu fogo quando mandou aquela que eu falei que estava na minha fita: “Cocaine”. She don’t lie, she don’t lie, she don’t lie… Cocaine!!!!

Eric Clapton tocando Cocaine no show. Nao fui quem filmou:



Foi a cereja do bolo, como se diz. Na terceira parte do show, Jeff Beck voltou junto com Clapton e de primeiro tocaram “Shake your moneymaker”, pra emendarem com uma formidável e eu digo formidável mesmo, versão do clássico “Moon river”.

Vejam Jeff Beck e Eric Clapton tocando Moon River no show. Tambem nao fui eu quem filmou:



Ai a sequencia foi a seguinte: “You need love”, “Outside woman blues”, “Little brown bird”, “Wee wee baby”, “I want to take you higher” e no bis, tocaram “Crossroads”.

domingo, fevereiro 21, 2010

Vinho rosé

Rosés são os vinhos cor-de-rosa. Eles são feitos a partir das uvas vermelhas, mas não ficam vermelhos porque não ficam bastante tempo em contato com a casca das uvas. Eles ficam apenas alguma horas, em comparacao com dias ou semanas que ficam os tintos. Porque o tempo de contato com a casca, que é o tempo onde o suco e a casca se relacionam, é curto, o vinho rosé absorve muito pouco tanino das cascas. Assim, você pode gelar o rosé e bebe-lo como você bebe o vinho branco.

Mas nem todo rosé é chamado de rosé. Muitos rosés de hoje são chamados de vinhos blush, um termo inventado pelos marqueteiros de vinho pra evitar de usar a palavra rosé. Tudo isso porque nos anos 1980, os vinhos rosé não eram muito populares. Mas blush que vem do inglês ruborizar, quer dizer a mesma coisa. Quando uma pessoa fica com a cara vermelha clara quando está com vergonha de alguma coisa? Mais ou menos assim. Mas por exemplo, um zinfandel branco é na verdade um rosé.

Os vinhos rosé que tem branco no nome são bem doces. Os que se chamam de rosé podem ser bem doces também, mas rosés maravilhosos da Europa e alguns dos Estados Unidos também, são secos (não são doces). Alguns dos bebedores mais fanáticos de vinhos não bebem os vinhos rosés, mas os bebedores menos tradicionalistas estão descobrindo os prazeres que um bom rosé pode trazer, principalmente em temperaturas mais quentes.

Eis algumas ocasiões pra beber rosé. Quando ela está comendo peixe e ele carne. Ou vice-versa. Quando um vinho tinto parece ser muito pesado. No almoço tipo hamburguers, sanduíches que tem queijo grelhado. Em piqueniques, nos dias quentes. Pra evitar que uma pessoa tome uma Coca-Cola. Nas noites quentes. Pra celebrar a chegada do verão ou primavera. Com presunto ou pratos de porco. Quando você quiser jogar pedras de gelo no seu vinho. Ou no dia dos namorados e em qualquer situação cor-de-rosa.

A sua escolha entre um vinho branco, um tinto ou um rosé irá variar com a estacão do ano, com a ocasião, e o tipo de comida que você está ingerindo, sem mencionar o seu gosto pessoal. Mas escolher a cor que você vai beber geralmente é o pontapé inicial pra selecionar o vinho especifico que se vai comprar na loja de vinhos ou em um restaurante. Muitas lojas de vinhos e restaurantes organizam os vinhos primeiramente pela cor, pra depois começaram a fazer outras distinções, como variedades das uvas, regiões dos vinhos ou categorias de sabores.

Apesar de alguns tipos de comida dividirem a compatibilidade com o vinho branco e o tinto, a exemplo do salmão grelhado, que pode ser delicioso com um rico branco ou um tinto frutificado, a sua preferência por tinto, rosé ou branco será geralmente a sua primeira consideração ao combinar vinho com comida também. Combinar vinho com comida é um dos aspectos mais divertidos do vinho, porque as possíveis combinações são praticamente sem limites. E o melhor de tudo é que o seu gosto pessoal é quem dá as cartas.

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Vinho tinto

Nesse caso, o vinho tinto é vermelho mesmo, podendo ser roxo, tinto da cor de rubi, mas são vermelhos. Os vinhos tintos são feitos a partir das uvas que são vermelhas ou azuladas, que são chamadas pelos produtores de uvas negras. Deve ser porque o negro é o contrário do branco.

A diferença mais óbvia entre o vinho branco e o vinho tinto é a cor. A cor avermelhada ocorre quando o suco sem cor das uvas fica em contato com a pele das uvas durante o processo de fermentação e absorve a cor da pele. Juntamente com a cor, a casca da uva dá o tanino ao vinho, uma substancia que é parte importante do gosto dos vinhos tintos. A presença do tanino nos vinhos tintos é na verdade a maior diferença de gosto entre os vinhos brancos e vinhos tintos.

Os vinhos tintos variam muito nos seus estilos, isto se dá parcialmente porque os produtores possuem diversas maneiras de ajustar a sua receita pra atingir o resultado que desejam. Por exemplo, se o produtor deixar o suco em contato com a pele por um período longo, os vinhos se tornam mais “tanicos”, sendo mais firmes na boca, como um chá forte. Um vinho tanico pode fazer você querer vomitar. Se os produtores tiram o vinho em pouco tempo, o vinho fica mais leve e menos tanico.

Os vinhos tintos tendem a serem consumidos como parte de uma refeição ao invés de uma bebida pra se beber sozinha. Graças a uma grande variedade de vinhos tintos, você pode encontrar vinho tinto pra acompanhar praticamente qualquer tipo de comida e em qualquer ocasião em que você deseje beber vinho, com exceção dos momentos em que você deseje beber vinhos espumantes, pois a maioria dos espumantes são brancos ou roses.

Uma maneira de estragar o gosto do vinho tinto é bebe-lo muito gelado. Os taninos podem ter o gosto verdadeiramente amargo quando o vinho tinto está gelado, como num copo gelado de um chá muito forte. E outra é bebe-lo muito quente. A regra é: se a garrafa parecer fria na sua mão, ela está numa temperatura boa.

Algumas pessoas reclamam que não podem beber vinho tinto sem terem uma forte ressaca no dia seguinte. Geralmente, eles culpam os sulfitos do vinho. Isso é engraçado, pois os tintos possuem bem menos sulfitos do que os vinhos brancos. Tudo isso porque o tanino dos tintos agem como os preservativos, fazendo com que o uso dos sulfitos seja menos necessários. Os vinhos tintos possuem componentes como a estamina e outras substâncias derivadas das cascas das uvas que podem ser os culpados. Mas com certeza a fonte dessa ressaca não são os sulfitos.

domingo, fevereiro 07, 2010

Sulfitos

O dióxido de enxofre é um componente formado pelo enxofre e o oxigénio, que ocorre naturalmente durante o processo de fermentação, em pequenas quantidades. Alguns produtores de vinhos o adicionam também. O dióxido de enxofre é como a aspirina e a vitamina E para os humanos, uma droga leve que cura todo tipo de aflições e previne outras.

O dióxido de enxofre é um antibacterial que previne o vinho de se transformar em vinagre. Ele inibe as leveduras, prevenindo os vinhos doces de fermentarem novamente dentro das garrafas. É um antioxidante, que mantém o vinho fresco e sem ser molestado pelo oxigenio.

Mas mesmo com todas essas mágicas propriedades, os produtores de vinhos tentam usar os sulfitos o mínimo que podem, pois muitos acreditam que quanto menos você usar, melhor o vinho ficará, como muitas pessoas preferem usar a menor quantidade de remédios possível.

Hoje em dia, o processo de fabricação do vinho é tão avançado que os produtores precisam usar os sulfitos cada vez menos. Mesmo assim, muitos vinhos aqui no Canada e nos Estados Unidos vem escrito nas garrafas que o vinho contem sulfitos. Tudo isso se deu porque o Congresso americano passou uma lei que obriga que este aviso esteja na garrafa.

Assim, muitos bebedores de vinhos passaram a acreditar que hoje em dia existe mais sulfitos nas garrafas do que antes, mas provavelmente hoje em dia ele é usado em níveis bem baixos comparados com o passado.

Aproximadamente 5% dos asmáticos são extremamente sensíveis aos sulfitos. Para protege-los, o Congresso americano criou a lei que obriga que cada vinho que contem mais de 10/1 milhão de sulfitos tem que colocar o aviso de que “contem sulfitos”.

Considerando que entre 10 ou 20/1 milhão ocorre naturalmente no vinho, este aviso cobre praticamente todos os vinhos. A exceção ocorre somente pros vinhos orgânicos, que são intencionalmente feitos sem a adição de sulfitos e alguns que possuem pouquíssimos sulfitos que não precisam usar o aviso na garrafa.

Na verdade, o nível de sulfitos nos vinhos varia entre 30 e 150/1 milhão, o que vem a ser a mesma quantidade em damascos secos. O nível legal máximo nos Estados Unidos é de 350/1 milhão. Os vinhos brancos de sobremesa tem os níveis maiores, seguidos pelos brancos meio doces, pois estes tipos de vinhos precisam de mais proteção. Os brancos secos possuem menos sulfitos e os tintos secos são os que possuem menos.