segunda-feira, março 29, 2010

Na hora certa

Num desses atos de sorte, combinado com um certo planejamento, eu realizei a compra da minha casa em Oakville, se não no momento 100% certo, mas diria que em torno dos 95%. E ao contrário da minha casa de Brampton, eu fiz da maneira certa, me utilizando da taxa de juros fixa, que na época foi de 3,5% ao ano, fechada por 5 anos, sem alterar em nada, mesmo que a taxa de juros praticada vá pra, por exemplo, 7% ao ano ou mais.

Digo que comprei na hora certa, pois desde que eu comprei até hoje, apenas 8 meses depois, o imóvel já valorizou 20% e isso é mais do que espetacular numa economia madura como a canadense. E digo também que comprei da forma certa, pois quem comprou com juros variáveis, bem atraentes na época, que girava em torno dos 2,5%, agora vai começar a suar a camisa. Eles vão começar a subir, de acordo com Mark Carney, o manda-chuva do Bank of Canada, o banco central canadense.

Ele mandou um aviso pros canadenses que as taxas de juros irão subir no meio do verão ou até mesmo antes. Tudo isso porque a inflação e o crescimento económico estão se recuperando mais depressa do que o Banco Central previu. Há mais ou menos um ano, Carney prometeu deixar a taxa de juros a 0,25% até o final desse próximo Junho, com a intenção de combater a recessão. Mas, ele sempre deixou claro que a inflação era um fator que poderia fazer ele mudar de ideia. Segundo ele, o Banco Central tem o objetivo claro de manter a estabilidade dos preços.

Só pra se ter uma idéia de como as taxas de juros podem ter um papel preponderante nos planos de compra de um imóvel, veja o seguinte exemplo. Uma casa de 400 mil, você entrando com 5%, que seria 20 mil, ficaria uma hipoteca de 391,970, pois aqui existe um seguro obrigatório do governo (CHMC) que você tem que pagar caso compre a casa com menos de 20% de entrada.

Digamos que você pagaria o imóvel no prazo máximo permitido pelo governo, que seria 35 anos. Numa taxa de juros de 2,25%, a sua prestação mensal seria de 1,347 dólares. Numa taxa de juros de 5,25%, a sua prestação mensal seria de 2,027 dólares. De lascar, não é?

Então, uma vez que o Banco Central aumenta a sua taxa de juros, os bancos comerciais vão na onda, afinal eles tem que continuar a lucrar e os custos de empréstimos pra os consumidores, compradores de imóveis e negócios em geral irão aumentar. Isso freia a expansão económica e esfria a inflação, embora seja uma operação arriscada, pois se for feita muito rapidamente, pode também freiar a saída do Canada da recessão.

O crescimento económico e o aumento de preços excederam as expectativas nos últimos meses. A taxa de inflação subiu pra 2,1% ao em Fevereiro. Essa taxa é consideravelmente maior do que a que foi prevista por Carney, que pensava que iria ficar em 1.6% e chegar a 2% até o segundo semestre de 2010.

A decisão irá sair em 20 de Abril, quando o banco terá que decidir qual taxa de juros irá usar. Mas ele avisa que cedo ou tarde, as taxas irão subir, isso já é certo. Ele avisa que os canadenses devem procurar saber se poderão arcar com as despesas com uma taxa de juros mais elevada. Mesmo ele acreditando que a inflação geral deu uma subida devido ao alto preço de hotéis em Vancouver, durante as olimpíadas de inverno. Assim, especialistas apontam que no mais tardar em Julho, as taxas irão subir.

Os especialistas dizem que vai ser um tricky call pra Carney, pois como foi dito, ao aumentar as taxas de juros, ele pode freiar a saída da recessão e aumentar o valor do dólar canadense nos mercados de câmbio, dificultando a habilidade dos exportadores de venderem seus produtos no mercado americano, que vem a ser fundamental pros exportadores canadenses. Dia 20 de Abril saberemos mais alguma coisa.

terça-feira, março 23, 2010

Vale a pena ler 24: Poupança é fundamental

Não sei dizer se houve um ataque especulativo contra o real no final de 1997, mas o que houve com certeza foi uma crise em Hong Kong, que levou os investidores a sacar seu dinheiro da bolsa de lá. Ocorre que, com a economia globalizada, o investidor internacional é obrigado a vender ações onde elas têm mais liquidez para cobrir suas posições em outro lugar. Isso provoca queda nas bolsas do mundo inteiro. Foi por isso que as ações caíram também no Brasil. O problema é que, quando o investidor sai do país, seu dinheiro é convertido em dólar. Se esse movimento ocorre em massa, falta dólar no mercado, e pela lei da oferta e da procura, o preço do dólar sobe.

Por isso foi preciso que o governo interviesse, lançando dólares na praça, para manter a paridade da moeda brasileira diante do dólar. Por isso que, nesse sentido, foi preciso defender o real.

As bolsas brasileiras foram as que mais caíram no mundo nesse episodio. Eu tinha parceiros no exterior que estavam interessados em investir no Brasil, e eles manifestaram sua preocupação com a dimensão da queda das ações no país. Mas eu os convenci de que o crash mostrou um lado forte do Brasil. Em parte, a queda das bolsas brasileiras foi grande porque nossas ações tinham muita liquidez. Ou seja, se foram vendidas mais ações aqui, sobretudo da Telebrás, Petrobrás, Telesp e Eletrobrás, que representavam mais de 80% do mercado, é porque havia muitos interessados em comprá-las. Outro fato positivo foi a demonstração de competência do Banco Central para controlar a crise, utilizando as reservas em dólar. Nós podíamos ter sofrido um problema muito mais sério. No México houve desvalorização da moeda de 7%.

Nesse episodio, ficou a lição de que a bolsa brasileira, embora com liquidez, ainda era pequena e concentrada nessas poucas ações mais negociadas. O mercado brasileiro era muito mais nervoso do que os mercados maiores e mais estáveis. Por isso estávamos sujeitos a brutais altos e baixos. Ficou claro também que o Plano Real ainda era dependente demais do dólar, da chamada âncora cambial. Cada vez que acontecesse um problema fora do país, poderíamos ser mais facilmente afetados.

A única forma de consertar o Brasil é fazendo com que o governo, os políticos e nós todos pensemos no país que queremos para nossos filhos. Para tanto, precisamos estabelecer metas muito claras. No terreno da economia, o governo precisaria estimular o brasileiro a fazer poupança. Economizar. É esse dinheiro que vai para os fundos de investimento e dinamiza o mercado de capitais, fazendo crescer e fortalecer as empresas e as bolsas. Assim, seríamos menos vulneráveis à movimentação do capital estrangeiro. Com esse dinheiro poupado é que se fazem investimentos, e com esses investimentos é que a economia do país volta a crescer.

Uma das maneiras de se fazer uma poupança é fazer a reforma da Previdência. É preciso ir na direção da privatização do sistema previdenciário, como o Chile fez. O governo deveria estimular as pessoas a poupar pelo menos 10% do salário todo mês, de forma a fazer uma provisão para o futuro. Ao contrário do que ocorre em países desenvolvidos, no Brasil não há muita gente preocupada em separar uma parte dos seus ganhos com esse fim. Os jovens não pensam nisso. Por fim, o próprio governo, deve sempre equilibrar suas contas, e não consumir poupança.

Eu não fiquei satisfeito com a forma que o Brasil entrou no mercado globalizado. Globalização é uma coisa que devia ter duplo sentido. A globalização para os brasileiros ocorreu num sentido só. Fomos a caça e não caçadores. Num primeiro momento, a compra de empresas brasileiras por empresas globais pode ser conveniente para o consumidor, porque a curto prazo a situação melhora. As empresas que estão vindo são competitivas, a qualidade do produto melhora, o preço diminui. Mas a longo prazo teremos dificuldades. Se a economia brasileira for dominada por empresas globais, que não têm sede aqui, o poder de decisão não estará aqui. Além disso, quando você tem presença em outro país, leva junto o restante da economia. Se você está só no Brasil, tende a ficar cada vez menor.

O governo deveria estimular a formação de grandes conglomerados. O Brasil não tem grandes empresas. A meu ver, a estrutura ideal da economia hoje é formada por grandes empresas em torno das quais giram empresas pequenas e médias. A empresa que tem tamanho tem capacidade administrativa, tecnológica, comercial e preços mais baixos por causa dos ganhos de escala. E as empresas brasileiras não podem competir nesse ambiente. Todos os setores industriais e de serviços estão se concentrando.

O governo deveria favorecer a concentração de empresas em todas as áreas. Em todas. Em qualquer lugar do mundo o Pólo de Camaçari seria uma única empresa. E lá existiam mais de quarenta. Eram quarenta presidentes, quarenta diretores industriais, quarenta diretores financeiros, quarenta diretores comerciais. E com quarenta cada um deles fica numa posição comercial muito mais fraca. É preciso que as empresas brasileiras tenham tamanho e escala suficientes para enfrentar essa globalização. Entretanto, eu tenho a impressão de que o governo parece que é contra isso. Pelo menos o Cade, que é um órgão governamental e veta sistematicamente toda e qualquer reestruturação nesse sentido.

Alegam que tem medo de monopólios privados, mas eu pergunto, Ou o mercado é aberto, globalizado, ou não. Você pode ter uma única empresa brasileira em um setor e não será monopólio enquanto houver a competição com o produto importado.

Mas também não adianta ter empresas grandes se elas estão só no Brasil. Em qualquer lugar do planeta você sai do avião e vê Samsung, Hyundai, Daewoo, Goldstar, todas coreanas. Não há empresa brasileira presente assim no resto do mundo. Vamos fazer uma comparação com a Suécia, país com PIB quatro vezes menor que o do Brasil.

Podemos listar juntos uma série de empresas globais de origem sueca: Scania, Volvo, SKF, Electrolux, ABB, Astra, Ericsson. Elas estão investindo no mundo inteiro, incluindo o Brasil. Qual é a empresa brasileira que está fazendo o mesmo lá fora? Nenhuma. A Vale do Rio Doce é global? Ela exporta, tem a Inco no Canadá, mas não é. A Petrobrás é global? Também não.

As empresas brasileiras deveriam comprar empresas no exterior. Veja o caso do Bradesco, o maior banco privado do Brasil, que comprou o BCN para se defender da chegada da competição internacional. O Santander, um banco da Espanha, país que tinha economia menor que a do Brasil, veio aqui e comprou o Noroeste. E o que o Bradesco comprou lá fora? Nada. O banco pode ficar muito forte internamente, mas continua dependendo de um único mercado. As empresas brasileiras deveriam ter uma política de internacionalização. Essa é na verdade a única maneira de sobreviver no mercado global.

O Brasil tem de fixar-se em metas que eu chamo de transversais. A vantagem dessas metas é que não há quem não as apóie. Esquerda e direita, empresário e trabalhador, todos concordam que são fundamentais para o país. Uma delas é o desenvolvimento. Todo mundo está de acordo que existe o problema do desemprego. Uma das formas de diminuí-lo e de melhorar a distribuição de renda é desenvolver a economia. Talvez uns achem que para fazer isso seja preciso primeiro crescer o bolo para dividir melhor, outros queiram a distribuição logo, mas ninguém pode negar que o desenvolvimento ajuda. Temos de fixar uma meta, por exemplo, dobrar a renda per capita num certo prazo. Para fazer isso é preciso investimento, e se aprendêssemos a poupar já seria um grande passo.

A mais importante meta, na verdade, talvez seja a educação. Não há nenhuma possibilidade de o Brasil ser um país moderno, ter boa distribuição de renda, estar em desenvolvimento, se o povo não tem instrução. Resolver o problema da educação, no entanto, não é apenas dizer que ela é prioridade nacional. É preciso haver enorme mobilização de toda a sociedade em torno disso. Vamos ter de fixar uma meta de quantidade e qualidade do ensino. Temos que aumentar a média de anos que o brasileiro fica na escola, pra no mínimo, oito anos. E trabalhar para que isso aconteça.

Outra meta importante está relacionada ao civismo. Não sei como fazer isso, seria preciso um grande debate, mas o Brasil não pode continuar com as pessoas individualistas do jeito que são. Aqui ninguém está pensando na causa pública. O Brasil precisa votar melhor. Os políticos precisam ser mais competentes e responsáveis. É preciso diminuir a corrupção. A própria educação poderia ajudar a formar o espírito cívico. Mas isso só poderá acontecer com participação muito forte da sociedade. Se as associações de pais e professores fossem mais ativas, por exemplo, a educação poderia ser mais descentralizada e melhoraria. Se não desenvolvermos nossa noção de cidadania, não seremos nunca uma nação forte.
Justify Full
* Por Edson Vaz Musa, que foi o primeiro brasileiro a chegar a presidência de uma empresa multinacional, dona da Rhodia. Hoje em dia é sócio controlador da fábrica de bicicletas Caloi. Faz parte também dos conselhos administrativos da Editora Abril e da Natura.

segunda-feira, março 22, 2010

Apreciar o vinho

Muita gente diz que sabe saborear o vinho pois já beberam muitos e que esse negócio de apreciação de vinho é mais uma coisa somente pra deixar os vinhos mais complicados. E de certa forma eles estão certos. Se uma pessoa pode saber o gosto de um hambúrguer ou de um café, ele pode saber também o gosto de um vinho.

Tudo o que você precisa é de um nariz, de papilas gustativas e de um cérebro. A não ser que você tenha sofrido algum acidente e não consegue cheirar nada, você pode apreciar os vinhos com propriedade. Mas você também tem a habilidade de falar mandarim. Lembrando que ter a habilidade é diferente de saber como fazer uma coisa. E aplicar esse know-how no dia-a-dia é ainda mais diferente.

Você ingere bebidas todos os dias sentindo o gosto delas quando elas passam pela sua boca. Mas no caso do vinho, beber e apreciar não são sinônimos. O vinho é muito mais complexo do que as outras bebidas. Por exemplo, a maioria dos vinhos possui sabores diferentes e sutis, todos ao mesmo tempo e lhe dão sensações múltiplas quando estão na sua boca.

Se você colocar o vinho na sua boca e rapidamente goela adentro como faz com sua Coca-Cola, você estará perdendo muito do que você pagou. Mas se você saborear o vinho, você pode descobrir as suas nuances. Na verdade, quanto mais devagar e atentivamente você saborear o vinho, mais interessante ele vai se apresentar.

Assim, existem duas regras fundamentais ao saborear o vinho: 1) Beba devagar e 2) Preste atenção. O processo de saborear um vinho ou sistematicamente experimentar todos os atributos do vinho possui três passos e os dois primeiros não envolvem sua boca. Primeiro você olha pro vinho e depois cheira. O terceiro passo sim, que você usa o paladar. Mas o olfato e a visão também são fundamentais.

sábado, março 13, 2010

Os mais ricos do planeta

Há alguns dias atrás foi divulgada a lista anual das pessoas mais ricas do mundo pela revista Forbes, a mais respeitada nessa questão. O mexicano Carlos Slim finalmente chegou a posição do homem mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em 53.5 bilhões de dólares. Em segundo lugar, colado nele, está o homem da Microsoft, Bill Gates de 54 anos, com fortuna estimada em 53 bilhões de dólares. O terceiro homem mais rico do mundo é o oráculo de Omaha, o famoso investidor Warren Buffet, de 79 anos, com fortuna estimada em 47 bilhões de dólares.

O mexicano Carlos Slim foi a primeira pessoa fora dos Estados Unidos a liderar essa lista em 16 anos. O último a liderar que não fosse americano foi o japonês Yoshiaki Tsutsumi, em 1994. Mas desde 1995, Bill Gates vem alternando o lugar com Warren Buffet. Somente eles dois ocuparam o primeiro posto entre 1995 e 2009. Carlos Slim tem 70 anos e criou um império de telecomunicações após comprar uma companhia estatal mexicana há 20 anos atrás. Somente o ano passado o seu património cresceu 18,5 bilhões de dólares.

Somente dois canadenses ocuparam a lista das 100 pessoas mais ricas do mundo. David Thomson ocupou a vigésima posição com 19 bilhões de dólares de patrimônio. A família Thomson é dona de jornais e empresas de comunicações. O outro foi Galen Weston, que ocupou a centésima posição com 7,2 bilhões de dólares. A família Weston é dona de supermercados.

Enquanto isso, o homem mais rico da Ásia, o indiano Mukesh Ambani, de 52 anos, dono de empresas de energia e refinarias, foi o quarto colocado da lista, com fortuna de 29 bilhões de dólares. No ano passado ele foi o sétimo.

Lakshmi Mittal, de 59 anos, também indiano, dono da mais usina de aço do mundo, a ArcelorMittal, saiu da oitava posição no ano passado e hoje ocupa a quinta, com património de 28,7 bilhões de dólares. As ações da sua empresas quase que dobraram no ano passado.

Larry Ellison, de 65 anos, dono da Oracle, caiu de quarto pra sexto esse ano, como fortuna estimada em 28 bilhões de dólares. Bernard Arnault, de 61 anos, dono de uma empresas de marcas de luxo, entre elas a Louis Vitton, é o sétimo homem mais rico do mundo, com fortuna estimada em 27,5 bilhões de dólares. No ano passado ele era o décimo quinto.

A oitava posição ficou pro conhecido ex-marido de Luma de Oliveira. Eike Batista, de 53 anos, possui património estimado em 27 bilhões de dólares. Ano passado ele só tinha 7,5 bilhões e era o 61º da lista. Foi o maior salto que ocorreu na lista desse ano.

O homem mais rico da Espanha, Amancio Ortega, de 73 anos, dono da Inditex, roupas no varejo, foi o nono da lista. Seu património é de 25 bilhões de dólares. Ele era o décimo colocado na lista do ano passado.

Karl Albrecht, do Aldi Group, fechou a lista dos top 10. Ele possui património de 23,5 bilhões de dólares. No ano passado, ele era o sexto. O canadense de Montreal Guy Laliberté, que foi ao espaço agora e que é dono do Cirque du Soleil, ocupou somente a posição de número 374, com seus 2,5 bilhões de dólares.

Outro dado interessante de se notar é que o número de bilionários no planeta cresceu um pouco. Na lista de 2010, temos 1,011 pessoas que possuem mais de um bilhão de dólares. Em 2009, tínhamos apenas 793 bilionários na terra. Resultado de uma crise mundial, pois em 2008, a lista constava com 1,125 bilionários.

O património junto deles é de 3,6 trilhões de dólares. No ano passado foi de apenas 2,4 trilhões e a média entre os bilionários agora é de 3,5 bilhões e o ano passado era de 3 bilhões por cabeça.

segunda-feira, março 08, 2010

Espumantes

Espumantes são vinhos que possuem bolhas de dióxido de carbono. O gás de dióxido de carbono é um produto natural da fermentação e os produtores de vinhos decidem algumas vezes prende-lo dentro do vinho. Todo país que produz vinho, produz também os espumantes. Nos Estados Unidos, Canadá e na Europa, os vinhos espumantes são todos aqueles vinhos que possui bolhas.

O champagne é o espumante mais famoso. O champagne é um tipo específico de espumante, feito de uma certa variedade de uvas e produzido de uma certa forma, que vem de uma região da Franca chamada Champagne.

Infelizmente, para as pessoas de Champagne, na França, o vinho deles ficou tão famoso que o nome champagne passou a ser usado por produtores de vinhos de todos os lugares do mundo, até que o nome se tornou sinonimo de praticamente toda uma categoria de espumantes.

Até um recente acordo entre os Estados Unidos e a União europeia, os produtores de vinhos americanos podiam usar qualquer espumante de champagne se eles quisessem, bastava que a carbonização não fosse adicionada artificialmente. E até mesmo hoje, as vinícolas americanas que já estavam usando o nome champagne irão continuar a usar. Mas eles tem que adicionar uma nota geográfica pra dizer que é um champagne americano ou californiano na garrafa.

Para os franceses, limitar o uso do nome champagne somente para os vinhos feitos na região de Champagne é uma questão nacional. Leis da União europeia não só previnem qualquer outro país membro de chamarem seus espumantes de champagne, mas também proíbem o uso de palavras que possam sugerir a palavra champagne, como dizer que esse vinho foi produzido usando os métodos de champagne. E garrafas de espumantes que colocam o nome champagne, são banidos e não podem vender na Europa.

Se alguém tentar impressiona-lo servindo champagne que não seja francês, não fique tão impressionado. Os espumantes americanos mais respeitáveis não colocam champagne na garrafa, em respeito aos colegas franceses. E claro, também porque os melhores espumantes californianos são de propriedade francesa. Elementar?