terça-feira, julho 20, 2021

Gestão em tempos de virtude exibida

 


Moro nos arredores de Toronto, na província de Ontario. O pessoal daqui tem se mostrado um dos mais cegos e medrosos de todo o planeta terra no tocante à "pandemia" do "famigerado" covid19. Podemos dizer que temos os cérebros mais lavados da terra. Chegam a brilhar de tão lavados. Até encerados estão.

Houve uma gritaria generalizada até a semana passada sobre os vacinados portarem os recibos de suas vacinações para terem acesso à serviços na província. Sabedor das implicações de tal ato, o primeiro ministro Justin Trudeau literalmente tirou a bunda da seringa. Disse que isso seria responsabilidade de cada província.

O primeiro ministro de Alberta gritou logo que lá isso não ocorreria. Ficou a dúvida sobre o que iria fazer o nosso glorioso Doug Ford, premier da província de Ontário. Eis que para surpresa de todos, Ford também declinou da ideia e jurou que jamais faria isso. Ele disse que não tinha intenção de dividir a sociedade mais ainda do que já estava. Sábia decisão.

Não satisfeitos com essas declarações, alguns donos de restaurantes histéricos e que querem administrar seus negócios como se estivessem num reality show, resolveram tomar suas atitudes exdruxulas. Seria como se estivéssemos assistindo João, Gil do Vigor, Camila e a Juliette querendo administrar um restaurante.

Criaram um site chamado safetodo.ca, onde listam os nomes dos restaurantes em que todo o staff foi obrigado a se vacinar e onde só recebem clientes com prova de vacinação debaixo do braço. Lá também tem outros negócios além dos restaurantes.

Do ponto de vista gerencial, isso é um desastre. Um tiro no pé. Cuspir pra cima, como se diz. Pra que essa correria em querer demonstrar uma virtude e gerar segregação social, quando não há nenhuma lei apoiando esses requisitos?

A única coisa que gerou e irá gerar é antipatia. Nem o governo, nem a organização mundial da saúde e nem ninguém atestou que a vacina é segura e eficaz. Inclusive a vacina não pode nem ser aplicada se as ordens emergenciais forem suspensas, pois ela é uma substância emergencial, não tem status de vacina por simples falta de testes.

Mas se mesmo assim, digamos que a vacina fosse efetiva, qual a importância em ter gente que não foi vacinada? Se eu e meu staff fomos vacinados e acreditamos na eficiência dessa substância, temos que estar confiantes de que estamos protegidos.

Uma enxurrada de reviews negativos e verdadeiras hordas dizendo que não irão mais nunca nesses lugares que promovem segregação social foi o resultado dessa iniciativa.

Perdidos, os donos dizem que o estabelecimento é deles e criam as regras que quiserem. Ah tá. Então se eu abrir um restaurante e dizer que não aceito homossexuais ou negros, estou no meu direito? É assim que funciona?

Quando querem fazer aborto, assassinar um feto, ninguém pode interferir porque é o "meu corpo, minhas regras!". Mas quando eu tenho que decidir se tomo uma substância experimental ou não, deixa de ser meu corpo minhas regras e tenho que sair por aí mostrando meus recibos médicos?

O tiro no pé que esses gestores com ausência de neurônios deram é ainda mais divertido de se ver. Mesmo os tontos que estão vacinados, lacrados, mascarados, encapuzados, ainda assim não querem sair de casa.

Os que não tomaram a vacina, nunca tiveram medo e nunca deixaram de sair de casa. Adivinha quem tem mais chance de ser o seu possível cliente?

Mas a burrice vai mais além. Vamos pra matemática. 70% das pessoas da província tomaram a vacina. 30% não tomaram. Porque eu, como dono de negócio, se não tem ninguém me obrigando a isso, vou aceitar reduzir meu número de possíveis clientes em 30% só pra querer ser o "bonzão?".

Estão sendo arrasados nos reviews até mesmo por pessoas vacinadas. Esse tipo de atitude só gera negatividade. O gestor tem que abrir portas, jamais fechar e ainda mais sem necessidade real.

A burrice tem uma etiqueta com um preço pendurada nela. Se minha arrogância como gestor me empurra à desistir de 30% dos meus possíveis clientes porque eu quero sinalizar minha virtude por aí, eu não posso achar ruim quando fechar minhas portas
Esse é o preço da ignorância e da divisão social. Se é caro ou barato pra ele, não me importa. O que me importa é que ele vai pagar.

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