segunda-feira, abril 12, 2010

Contas a prazo

As mudanças que são feitas num país para que ele aos poucos vá se desenrolando não é percebida aos olhos do grande público. Por isso que eu sempre digo que os presidentes Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso prestaram um grande serviço ao país. José Sarney não, esse não sabia nem pra onde ia. Um exemplo do que falo ocorreu em Abril de 1996, poucos meses antes de eu adentrar nos portões (porões?) da UFRN, pra fazer meu curso de administração de empresas.

O governo abria em Abril de 1996, o cadeado que impedia que o brasileiro comprasse à prazo. O Conselho Monetário Nacional liberava somente nessa data, o limite de prestações para operações de crédito, o que antes disso era fixado em no máximo 6 meses. Nesse pacote foi ainda autorizado a utilização do sistema de leasing pra compra de automóveis e utilitários.

A intenção do governo era ajudar o sistema financeiro, empurrando pra ele a demanda por empréstimos, pois o sistema financeiro estava com dificuldade de competir com os sistema informais de crédito. Esse ato estendeu ainda a mão aos bancos estaduais que estavam quebrados, pois permitia que o Banco Central liberasse empréstimos para instituições sob regime de administração especial temporária e com património líquido negativo, como era o caso do Banespa, que possuía património negativo de 4 bilhões de reais na época.

Esse ato, positivo no meu ponto de vista, pode gerar críticas dos intervencionistas, mas na verdade, passava pro setor privado a responsabilidade dos empréstimos e facilitava a engrenagem pra privatização das empresas dinossauros.

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