quarta-feira, agosto 17, 2011

Mito do professor pobrezinho

Como sempre, ou eu chego muito atrasado ou bem na frente com relacao ao momento certo pra estar em um certo espaço na terra. Analisando pela lei das probabilidades, as chances de se estar na hora certa e no lugar certo são mesmo muito pequenas.

Ocorreu que entre 1991 e 1994, quando fiz meu segundo na Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte, eu passei por greves de professores em todos os anos. Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde fiz minha graduação entre 1996 e 2000, peguei mais umas duas ou três greves. E sempre a questão da peleja era salarial.

Lógico, quando me mudei pro Canadá, nunca mais houve uma greve sequer em nenhuma das instituições citadas.

De certa forma, a briga deles era aceita pela sociedade pois todo mundo acredita que professor ganha mal e que são importantíssimos pra sociedade. No senso comum, um professor pode ganhar 10 mil reais e ainda acham que ele ganha mal. Ao mesmo tempo, um investidor pode perder os mesmos 10 mil reais e a população acha que ele perdeu pouco. Embora uma sociedade precise dos dois.

Mas e aí? Os professores universitários e das escolas técnicas ganhavam mesmo mal? Fazendo uma comparação com outros profissionais que estudaram a mesma quantidade de tempo, a resposta é não.

O problema era que esses professores costumam se comparar aos salários dos juízes, auditores fiscais, e outros. Mas não dá pra comparar porque, quantos advogados viram juízes? Quantos contadores viram auditores? Assim, os professores sempre comparam uma categoria inteira com o topo de outra.

Chegava a ser cômico uns professores que chegavam pra fazer greve dirigindo um belíssimo carro importado.

Portanto, os professores não podem se sentir tão desvalorizados. Mas de que adianta isso agora? Se eu já perdi uns 5 verões dentro da sala de aula?

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