sexta-feira, outubro 08, 2010

Fatos para serem lembrados 9: Putin chegava ao poder na Rússia

Na virada do milénio, chegava ao poder na Rússia um homem sem credenciais como democrata. Vladimir Putin era um homem saído dos porões da KGB e que até pouco tempo antes disso, pouca gente tinha ouvido falar. Quem escolheu o novo presidente da Rússia foi Boris Ieltsin, que tinha sido o presidente desde o fim do comunismo em 1991. Ieltsin renunciou e deixou o seu pupilo no seu lugar.

Putin tinha 47 anos de idade e recebia nas mãos uma verdadeira “promoção”. A economia ia de ladeira abaixo, havia uma guerra selvagem numa província rebelde, a corrupção corroía o aparelho estatal e as extravagancias dos novos ricos eram um despautério onde os aposentados catavam restos de comidas no lixo e onde a expectativa de vida da população estava em queda.

Como Ieltsin indicou Putin como sucessor, a população aceitou de bom grado e votou pesadamente nele quando chegaram as eleições. Putin era uma mão forte que colocava o país no caminho de ordem novamente. Além disso, a sua ofensiva bélica implacável contra os separatistas de Chechénia fez Putin ter os votos da maioria dos russos.

A Rússia é o maior país do planeta, com 11 fusos horários e compreende do leste da Europa, passando pelo norte da Ásia e terminando no oceano pacífico. Tinha exército de massa, aviões caças de última geração, submarinos nucleares e cientistas de primeira linha. Alem de imenso territorialmente, possuía etnias diferentes que falavam mais de 100 línguas e dialetos diferentes.

Apesar de estar bagunçada, a Rússia era dona do segundo maior arsenal nuclear do planeta e dispunha de recursos naturais incomparáveis e um capital humano com alta qualificação. Porem, desde o final da URSS em 1991, o PIB era praticamente a metade.

O desemprego era de 12% e mais de um terço da população vivia abaixo da linha de pobreza. Criminalidade estava em ascensão, desde gangs de jovens ate mafiosos de grande porte. A corrupção tomava conta da administração pública.

O que se via na Rússia era uma nação onde ninguém pagava impostos, ninguém respeitava uma fila, os balconistas não se sentiam na obrigação de atender os fregueses e todos eram corruptos. O ícone dessa gente era Boris Berezovsky, um megaempresário que, na sombra, controlava a política, a economia e a vida dos russos. Berezovsky era o patrono de Ieltsin. Foi ele, também, que abençoou a indicação de Putin à presidência.

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